19 set, 2019 - 01:04 • Lusa
Os camiões movidos a gás natural liquefeito (GNL) emitem até cinco vezes mais óxido de azoto (NOx) do que os camiões a gasóleo, indicaram testes na estrada pedidos pelo Governo holandês.
Os resultados foram divulgados esta quarta-feira pela Federação Europeia dos Transportes e Ambiente (T&E), que diz que os testes confirmam que os governos da União Europeia devem acabar com os incentivos ao GNL.
Em Portugal o imposto especial sobre o consumo aplicado ao gás é de 1,86 euros por unidade de energia, enquanto no caso do gasóleo é de 13,54 euros, nota a associação ambientalista portuguesa Zero, que faz parte da T&E.
A Zero defende que "se o imposto sobre o gasóleo fosse aplicado na mesma medida ao gás, Portugal poderia beneficiar de receitas adicionais de impostos na ordem dos 7,98 milhões de euros".
De acordo com a T&E, organização ambientalista não-governamental que representa 58 entidades de 26 países, os resultados dos testes são contrários aos argumentos apresentados pelos fabricantes dos camiões movidos a GNL, que dizem que estes veículos reduzem as emissões de NOx em mais de 30%.
Nos testes a três camiões a GNL, em cidade ou em estrada, as emissões variaram entre dois a cinco vezes mais NOx do que num camião a gasóleo.
Em comunicado a Zero exige que o Governo deixe de promover o GNL e incentive o setor da logística na transição das frotas a GNL para frotas elétricas.
E nota que apesar de o setor do gás tentar fazer crer que o GNL tem um benefício climático, "a verdade é que continua a tratar-se de um combustível fóssil, como o petróleo e o carvão, por isso contribui para as alterações climáticas".
Nas cidades, acrescenta-se no comunicado, a poluição emitida pelos camiões a GNL "pode causar impactos na saúde ainda mais significativos do que os camiões a gasóleo".