04 out, 2019 - 23:38 • Redação
O príncipe Harry de Inglaterra vai processar os jornais britânicos "The Sun" e "The Daily Mirror" por terem alegadamente intercetado mensagens do correio de voz do seu telemóvel. A informação foi confirmada esta sexta-feira pelo Palácio de Buckingham ao diário britânico “The Guardian”, que acrescenta que as queixas formais foram apresentadas no Supremo Tribunal de Londres, a 27 de Setembro.
A mulher de Harry, Meghan Markle, já tinha revelado na quarta-feira ter aberto um processo judicial contra o tablóide britânico "The Mail on Sunday", acusando-o de ter publicado, sem a sua autorização, uma carta privada que escreveu ao seu pai. Parece estar assim lançada uma “guerra” entre os duques de Sussex e a imprensa tablóide britânica.
O News Group Newspapers, que publica o “The Sun”, também confirmou a queixa. A empresa era proprietária do “News of the World”, um jornal britânico que encerrou em 2011 e que intercetou mensagens de voz do irmão de Harry, o príncipe William, em 2006. O caso foi provado em tribunal.
As denúncias de Harry foram apresentadas pela Clintons, um escritório de advogados londrino com fama de obter condenações em tribunal em casos semelhantes, relacionados com o trabalho de “hackers”.
Príncipe compara Meghan à princesa Diana
Em relação à queixa de Meghan Markle, o casal informou que o pagamento das custas do processo seria feito pelos próprios e que quaisquer valores de indemnização serão doados a uma instituição contra o bullying.
Em comunicado, o príncipe Harry colocou-se do lado de Meghan, frisando que ambos se viram forçados a agir contra "a propaganda sem tréguas" dos tablóides, antes de acrescentar: "Perdi a minha mãe e agora vejo a minha mulher ser vítima das mesmas forças poderosas".
No comunicado publicado pelos duques no seu site oficial na terça-feira, Harry diz que o impacto "doloroso" da cobertura mediática intrusiva foi o que motivou o casal a avançar para tribunal.
Fazendo referência à sua mãe, a princesa Diana, que morreu num acidente de carro em 1997 na sequência de uma perseguição por papparazzi, Harry diz que carrega "um profundo receio de que a história se repita".
"Vi o que acontece quando alguém que amo é transformado numa mercadoria a tal ponto que deixa de ser tratado ou olhado como uma pessoa real", lê-se na publicação.