05 out, 2019 - 14:04 • Lusa
O número de mortos nos protestos para pedir mais serviços básicos, que desde terça-feira se verificam no Iraque, aumentou para 93, enquanto os feridos rondam os 4 mil, anunciou este sábado a comissão governamental iraquiana dos direitos humanos.
Segundo o mais recente balanço deste órgão, por comunicado, foram registados 93 mortos, 3.978 feridos e 567 detidos, dos quais 355 foram já libertados, em linha com o que tinha sido prometido na noite de quinta-feira pelo primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdelmahdi.
Nos conflitos verificaram-se também danos materiais em 37 imóveis públicos e privados, precisou a comissão.
Dezenas de manifestantes concentram-se este sábado em pelo menos dois pontos na capital iraquiana para solicitar melhores serviços pelo quinto dia consecutivo, protestando contra a corrupção e o desemprego, confirmou à EFE uma fonte do Ministério do Interior, sob anonimato.
As forças de segurança estão a tentar dispersar os manifestantes, disse.
As autoridades levantaram este sábado às 05h00 locais (02:00 TMG), o toque de recolher obrigatório implementado nos últimos dois dias em Bagdade, onde o tráfego circula normalmente este sábado de manhã, à exceção da praça Tahrir, onde ainda está um número importante de forças de segurança.
Foram reabertas as estradas que unem a capital com o resto das províncias, segundo a mesma fonte.
No entanto, continuam as restrições no acesso à internet e as forças de segurança estão deslocadas em grande número nas principais ruas da capital.
Os manifestantes protestam desde terça-feira contra a corrupção, o desemprego e a decadência dos serviços públicos.
Convocado através das redes sociais, o movimento de protesto é o primeiro teste para Abdel Mahdi, há cerca de um ano no Governo de um país saído há menos de dois anos de quase quatro décadas de conflito e em escassez crónica de eletricidade e de água potável.