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Brexit. Augusto Santos Silva acredita que negociações podem avançar até quinta-feira

14 out, 2019 - 16:53 • Lusa

Data limite é marcada por início do Conselho Europeu. Próximos dias deverão ser "decisivos", após "um avanço político muito importante" na reunião entre o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e do seu homólogo irlandês, Leo Varadkar, sublinha o ministro dos Negócios Estrangeiros.

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O ministro dos Negócios Estrangeiros português acredita que as negociações do 'Brexit' podem sair do "labirinto técnico" em que se encontram até quinta-feira, primeiro dia do Conselho Europeu, após o "avanço político muito importante" registado na passada semana.

"Entendemos que os interesses de uns e de outros podem ser compatibilizados num acordo, assim haja vontade. Da nossa parte, há essa vontade e esperemos que tão brevemente quanto possível possamos sair deste labirinto técnico em que hoje estamos para ter uma noção clara de qual é a base política do acordo possível, em que medida é que ela permite que a integridade do mercado único, do lado europeu, seja salvaguardada, e não põe em causa o Acordo de Sexta-feira Santa", declarou Augusto Santos Silva.

Assumindo que os próximos dias serão "decisivos" nas negociações, que registaram "um avanço político muito importante" após a reunião do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e do seu homólogo irlandês, Leo Varadkar, o chefe da diplomacia portuguesa disse acreditar que as equipas negociais podem sair desse labirinto até quinta-feira.

Santos Silva considera que a melhor maneira de o fazerem é com "debates e decisões políticas", algo que irá acontecer tanto no Conselho de Assuntos Gerais, agendado para terça-feira, como na cimeira europeia que terá início nesse dia.

"Houve avanços, mas estamos ainda longe de uma solução. As questões hoje colocam-se num plano técnico muito complexo e muito sofisticado. Nós temos plena confiança na nossa equipa negocial para que esse trabalho técnico possa ter também uma tradução política que os nossos governantes e as opiniões publicas, e as empresas, os agentes económicos e as pessoas possam compreender", esclareceu em declarações ao jornalistas no Luxemburgo, após a conclusão do Conselho de Negócios Estrangeiros da UE.

Santos Silva precisou que, no domingo, o negociador-chefe comunitário, Michel Barnier, transmitiu aos embaixadores dos 27 junto da União Europeia (UE) a existência de avanços e de "uma atmosfera construtiva", mas recordou que ambas as partes estão a lutar contra o tempo, porque a data de saída do Reino Unido do bloco está "ao virar da esquina".

"Estamos, neste momento, a trabalhar todos muito intensamente para que os nossos lideres, que reúnem na quinta-feira, possam ter toda a informação para poderem dar-nos a orientação que entenderem em relação aos últimos dias da negociação e para que possamos chegar ao dia 31 de outubro com boas notícias", completou.

O ministro dos Negócios Estrangeiros lembrou que a posição portuguesa, de que o pior cenário será uma saída desordenada do Reino Unido, se mantém inalterada deste o início do processo do 'Brexit', em junho de 2016, com Portugal a estar "sempre disponível para todos os prazos que sejam necessários para que as negociações possam chegar a bom termo",

"Desde sempre dizemos que estamos dispostos a todos os compromissos necessários para haver um acordo, respeitando naturalmente as linhas vermelhas da UE", vincou.

O principal negociador da UE para o 'Brexit' afirmou no domingo que "ainda falta muito trabalho" para ultrapassar o impasse entre Bruxelas e Londres e indicou que as discussões técnicas entre as partes deveriam continuar esta semana.

Estas negociações estão a decorrer a poucos dias da reunião do Conselho Europeu de 17 e 18 de outubro em Bruxelas, que tem sido encarada como a última oportunidade para evitar uma saída britânica da UE sem acordo ou para abordar um possível terceiro adiamento do processo.

Inicialmente agendada para 29 de março, a saída do Reino Unido foi adiada para 31 de outubro, uma data que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, assegura que irá respeitar, haja ou não acordo entre os 27 e Londres.

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