16 out, 2019 - 11:17 • Redação com Lusa
Ao terceiro dia de protestos na Catalunha, milhares de manifestantes estão nas ruas e cortam as principais vias de acesso a Barcelona. Mais de 50 pessoas foram detidas desde segunda feira e há mais de 100 feridos.
Para discutir a situação na Catalunha, o primeiro-ministro em funções, pedro Sánchez, reúne-se com os restantes lideres partidários. O primeiro encontro, ainda na manhã desta quarta-feira, é com o líder do PP, Pablo Casado. Para as 16h00, está agendada a reunião com Pablo Iglesias, do Unidos Podemos ,e para as 18h00 o encontro com Albert Rivera, líder do Cuidadanos.
É neste cenário tumultuoso que está também reunido, a esta hora, o presidente da Generalitat, Quim Torra, com o porta-voz do governo espanhol e com o ministro do Interior.
Mais de 50 detidos
As forças de segurança já detiveram 51 pessoas desde o início dos manifestações de protesto que começaram na segunda-feira na Catalunha, segundo dados provisórios fornecidos esta quarta-feira pelo Governo espanhol.
Os números dão ainda conta de 72 feridos entre os polícias que tomaram parte nas operações de manutenção da ordem - 54 polícias regionais e 18 nacionais -, mas não fazem referência aos casos entre os manifestantes.
Nos protestos contra a condenação dos principais dirigentes políticos independentistas da Catalunha foram detidas 29 pessoas na província de Barcelona, 14 na de Tarragona e oito na de Leida.
Madrid também dá conta de que em Barcelona os grupos mais violentos fizeram 157 “barricadas com fogueiras” e quatro carrinhas da polícia regional (Mossos d’Esquadra) foram “inutilizadas”.
Há ainda “problemas de limpeza do asfalto o que irá provocar cortes nas calçadas nas ruas centrais”.
Barcelona tornou-se, na noite de terça-feira, cenário de uma batalha campal entre polícias e manifestantes, que construíram barricadas, queimaram mobiliário urbano e pneus, fizeram fogueiras e atiraram pedras e petardos contra os polícias.
Entretanto, o Governo espanhol garantiu que irá manter a segurança na Catalunha apesar do aumento da violência que se tem estado a verificar nas ruas e que, segundo denuncia, são "ações coordenadas" para "acabar com a coexistência".
O Tribunal Supremo espanhol condenou na segunda-feira os principais dirigentes políticos envolvidos na tentativa de independência da Catalunha a penas que vão até um máximo de 13 anos de prisão, no caso do ex-vice-presidente do governo catalão.
Assim que foi conhecida a sentença, uma série de grupos de independentistas iniciaram movimentos de protesto em todo o território da comunidade autónoma espanhola mais rica.
A polícia antidistúrbios carregou sobre um grupo que protestava no exterior do aeroporto de Barcelona enquanto outros grupos separatistas incendiaram pneus para impedir a circulação de comboios e alguns bloquearam a circulação rodoviária em estradas da região.