18 out, 2019 - 08:23 • Redação com Lusa
Carles Puigdemont compareceu esta sexta-feira de forma voluntária perante as autoridades belgas, em Bruxelas, acompanhado pelos seus advogados. Segundo os jornais espanhóis eram 9h00 (8h00 Lisboa).
Através de um comunicado, Puigdemont diz estar que “a cumprir todos os passos oficiais que acompanham o procedimento" acrescentando que se opõe à “entrega a Espanha”.
A Procuradoria de Bruxelas aguarda que a Justiça espanhola entregue, na próxima semana, uma tradução da ordem de detenção e os documentos anexos que foi reativada esta semana pelo juiz Pablo Llarena do Tribunal Supremo.
Puigdemont fica em liberdade sem fiança, mas com várias medidas de precaução: informar qual a sua morada de residência, as suas atividades atuais e ainda eventuais saídas do país.
O ex-presidente da Generalitat catalã, que liderou o processo independentista da Catalunha em 2017, entregou-se em resposta a um mandado de detenção emitido em Espanha. Na segunda-feira, um juiz do Supremo Tribunal de Justiça espanhol aceitou o pedido do Ministério Público para reativar o mandado de detenção europeu para a extradição de Puigdemont, acusado de sedição e peculato em Espanha.
No mesmo dia, os políticos catalães, que prepararam e executaram o referendo independentista de 1 de outubro de 2017, foram condenados a penas de prisão que vão até aos 13 anos, levando aos confrontos que têm marcado a semana.
Nas últimas noites as manifestações na Catalunha, e sobretudo em Barcelona, ficaram marcadas por confrontos entre grupos violentos e as forças de segurança.
Pelo menos 100 pessoas foram detidas e quase 200 agentes da polícia ficaram feridos desde o início dos protestos contra a sentença que condenou 12 dirigentes políticos catalães, anunciou quinta-feira o Governo espanhol.
Manifestação e greve geral marcam protestos
Milhares de manifestantes pró-independência da Catalunha concentram-se esta sexta-feira em Barcelona para protestar contra a condenação dos 12 dirigentes políticos envolvidos na tentativa de independência da Catalunha em 2017.
Os manifestantes, organizados em cinco colunas de “Marcha pela Liberdade”, foram convocados pela Assembleia Nacional da Catalunha (ANC, organização cívica independentista), com o apoio do Òmnium Cultural (outra organização cívica independentista).
O seu avanço em etapas, desde o dia 16, visa convergir no centro de Barcelona, para onde está prevista hoje uma grande manifestação, no mesmo dia em que está convocada uma greve geral.
As marchas partiram de Girona, Vic (Barcelona), Berga (Barcelona), Tàrrega (Leda) e Tarragona e ao longo do percurso causaram cortes intermitentes em importantes estradas da Catalunha, como a AP7 e a A2.
A greve geral foi convocada pelos sindicatos independentistas Intersindical-CSC e Intersindical Alternativa de Catalunya (IAC), em protesto contra a condenação pelo Tribunal Supremo espanhol dos 12 dirigentes políticos.
A Unión General de Trabajadores (UGT) e a Confederación Sindical de Comisiones Obreras (CC.OO) demarcaram-se do protesto por não a terem convocado.