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Prémio Sakharov 2019 entregue a opositor ao regime chinês

24 out, 2019 - 10:54 • Redação

O galardoado é um economista uigur que luta pelos direitos da minoria uigur chinesa.

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O Parlamento Europeu (PE) distinguiu este ano Ilham Tohti. O Prémio Sakharov é um economista chinês de etnia uigur que luta pelos direitos daquela minoria na China.

No site do PE é "descrito como um defensor do diálogo e da aplicação de leis de autonomia regional na China".

Em 2014, foi condenado a prisão perpétua sob acusação de separatismo. Apesar disso, continua a ser uma voz de moderação e reconciliação, afirma ainda o comunicado.

Tohti fundou e geriu um site chamado "Uyghur Online" que publicava artigos sobre os uigures e a China, mas a China encerrou o site três anos mais tarde, em 2009, acusando-o de estar a estabelecer laços com extremistas na diáspora. O ativista não deixou de se pronunciar sobre o seu povo e criticou várias vezes o Governo de Pequim por opressão étnica e religiosa.

Quando foi finalmente condenado a prisão perpétua a Amnistia Internacional afirmou que a sua equipa jurídica tinha sido impedida de o ver durante seis meses e que não lhe tinha sido permitido acesso às provas da acusação.

Na sequência do anúncio do prémio, o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, pediu a libertação de Tohti. "O Parlamento Europeu, que faz questão de manifestar todo o apoio ao seu trabalho, pede que seja imediatamente libertado pelas autoridades chinesas. "O Parlamento Europeu, que faz questão de manifestar todo o apoio ao seu trabalho, pede que seja imediatamente libertado pelas autoridades chinesas."

Um milhão em reeducação

Os uigures são um povo turcomano e na maioria muçulmanos que vive na região de Xinjiang, na China, e que faz fronteira com a Mongólia e com uma série de ex-repúblicas soviéticas, incluindo o Cazaquistão e o Quirgistão. Há vários anos que os uigures se queixam de discriminação por parte do Governo chinês, nomeadamente a nível religioso.

Desde 2017, mais de um milhão de uigures foram detidos numa rede de campos de internamento, oficialmente de "reeducação" e uma série de leis limitam a sua liberdade religiosa, tendo o Governo chegado ao ponto de proibir que os homens deixem crescer as barbas e destruído dezenas de locais de importância religiosa. Pequim diz que todas estas medidas devem ser vistas à luz do combate ao terrorismo.

No total existem cerca de 12 milhões de uigures, espalhados entre mais de uma dezena de países, mas a China é de longe o país onde existem mais, acima de 11 milhões.

No ano passado, o prémio foi atribuído a um cineasta ucraniano detido. Oleg Sentsov ficou conhecido pela greve de fome de mais de quatro meses, período no qual perdeu 30 quilos. Exigia assim que a Rússia libertasse todos os “prisioneiros políticos” ucranianos.

[Notícia atualizada às 12h22]

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