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Reino Unido

Boris Johnson quer eleições antecipadas no Reino Unido a 12 de dezembro

24 out, 2019 - 19:14 • Redação com Lusa

Primeiro-ministro precisa de dois terços dos votos na Câmara dos Comuns para conseguir eleições antecipadas, pelo que oferece em troca aos deputados mais tempo para debater a legislação sobre o Brexit.

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O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou que vai apresentar na segunda-feira uma proposta no Parlamento para que se realizem eleições legislativas a 12 de dezembro, oferecendo em troca aos deputados mais tempo para debater a legislação sobre o Brexit.

"Se eles realmente querem mais tempo para estudar este excelente acordo, podem obtê-lo - mas precisam de concordar com uma eleição geral a 12 de dezembro", afirmou, numa entrevista à BBC.

O Governo já propôs eleições legislativas antecipadas por duas vezes, em setembro, mas foi bloqueado pela oposição, pois são necessários os votos de dois terços da Câmara dos Comuns (434) para avançar.

Boris Johnson quer que a proposta seja votada na terça-feira, para que a saída da União Europeia se processe o mais rapidamente possível. Por isso, escreveu ao líder trabalhista, Jeremy Corbyn, dizendo-lhe que dá ao Parlamento até 6 de novembro para escrutinar o acordo de saída.

O Partido Trabalhista já sublinhou várias vezes que não quer eleições antes de a União Europeia dar luz verde à extensão do prazo para o Brexit, o que pode acontecer esta sexta-feira, apesar dos aparentes entraves que estarão a ser levantados pelo Presidente francês Emmanuel Macron.

No entanto, os líderes europeus têm de se encontrar numa cimeira europeia para ratificar a decisão final, o que pode acontecer, na melhor das hipóteses, na segunda-feira. E, por isso, os Trabalhistas, essenciais para se chegar aos dois terços dos votos na Câmara dos Comuns, poderão votar contra.

Corbyn deixa tudo em aberto

O líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, disse esta quinta-feira que quer saber se uma saída sem acordo fica completamente posta de parte antes de tomar uma decisão.

“Tire de cima da mesa a hipótese de saída sem acordo e apoiaremos sem dúvidas as eleições. Ando a pedi-las desde as anteriores, porque este país precisa delas para tratar de todas as injustiças sociais”, afirmou, em entrevista, dirigindo-se a Boris Johnson.

A indecisão dentro do partido sobre avançar para eleições gerais antecipadas é grande. Na noite desta quinta-feira, o "The Sun" avança que a líder do Partido Nacional Escocês (SNP) e primeira-ministra Nicola Sturgeon pediu a Corbyn que apoiasse as eleições antecipadas. "Não acredito que lhe tenha dado uma resposta", disse ao jornal um deputado trabalhista.

Programa legislativo do Governo aprovado

Entretanto, o Parlamento britânico aprovou esta quinta-feira o programa legislativo do Governo de Boris Johnson, rejeitando várias propostas de alteração da oposição, incluindo uma para manter a liberdade de circulação com a União Europeia.

O programa, designado por "Discurso da Rainha" porque foi a monarca britânica, Isabel II, que leu o texto a 14 de outubro, foi aprovado por 310 votos a favor e 294 votos contra.

Propostas do partido Trabalhista a exigir mais medidas para combater a crise da habitação e para combater as alterações climáticas e do Partido Nacionalista Escocês (SNP), favorável à liberdade de circulação entre o Reino Unido e UE, ao aumento dos apoios sociais e a políticas ambientais mais ambiciosas foram rejeitadas.

O Governo não tem maioria na Câmara dos Comuns, mas continua a beneficiar do apoio de deputados independentes que foram expulsos do grupo parlamentar conservador por votarem numa lei para impedir um Brexit sem acordo.

O Discurso da Rainha é escrito pelo governo e representa o programa legislativo para os meses seguintes. A votação é um teste à confiança dos deputados no Governo e um chumbo refletiria a ausência de uma maioria parlamentar.

O Discurso da Rainha deste governo enumerou 26 propostas de lei que o governo incluindo sete relacionadas com o 'Brexit.

[Notícia atualizada às 20h00]

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