05 nov, 2019 - 12:04
O Governo do Irão anunciou esta terça-feira que vai começar a injetar gás de urânio em mais de mil centrifugadoras, o que pode permitir a produção de urânio enriquecido.
O anúncio, que marca um distanciamento ainda maior do acordo nuclear que perdeu força no ano passado, quando Donald Trump retirou o apoio dos Estados Unidos, foi feito pelo Presidente do Irão, Hassan Rouhani.
Ao abrigo do acordo as centrifugadoras da central de Fordo, que foi construída no interior de uma montanha, para evitar ataques, estavam inativos. Agora serão reativados, podendo vir a produzir urânio enriquecido, um ingrediente essencial para o fabrico de armas nucleares. O anúncio de Rouhani, porém, não fala especificamente de urânio enriquecido.
Aumenta assim a pressão sobre os estados Europeus que permaneceram no acordo nuclear com o Irão para tentarem encontrar alternativas para o país conseguir vender o seu petróleo, contornando assim as sanções americanas, tentando assim demover Rouhani de continuar a enriquecer urânio.
O Presidente deixou claro no seu discurso que a decisão, que deve ser implementada na quarta-feira, pode ser revista caso a Europa ajude a encontrar formas de vender petróleo.
A Agência Internacional de Energia Atómica não comentou a recente afirmação do Irão mas a União Europeia pediu na segunda-feira ao Irão para regressar ao cumprimento do acordo. Já os Estados Unidos aumentaram a campanha de sanções contra altas figuras do regime, incluindo os conselheiros pessoais do Ali Khamenei, o clérigo que lidera de facto o país.