18 nov, 2019 - 23:51 • Ricardo Vieira, com Reuters
Mais de sete milhões de crianças e jovens até aos 18 anos estão detidos em todo o mundo, indica um relatório das Nações Unidas, que destaca pela negativa o caso dos Estados Unidos.
Cerca de 330 mil menores vivem centros de detenção para migrantes, segundo a investigação lidera pelo perito independente Manfred Nowak.
Os Estados Unidos são o país com a maior taxa de crianças detidas, incluindo mais de 100 mil migrantes que foram colocados em centros à revelia do direito internacional, de acordo com o "UN Global Study on Children Deprived of Liberty".
“A separação de crianças dos pais, algumas de tenra idade, como fez a Administração Trump na fronteira com o México, é absolutamente proibido pela Convenção do Direito das Crianças. É um tratamento desumano para pais e filhos”, afirma Manfred Nowak.
O relatório da ONU indica que, nos Estados Unidos, uma média de 60 crianças em cada 100 mil estão detidas pelo sistema judicial ou por imigração ilegal, o que representa a taxa mais elevada do mundo, seguidos de países como a Bolívia, Botswana e Sri Lanka.
Os números também são elevados no México, país que é atravessado por migrantes a caminho dos EUA e que enfrenta uma guerra contra os cartéis de droga. Dezoito mil crianças estão em centros de detenção para migrantes e sete mil em prisões.
Na Europa Ocidental a taxa é bastante mais reduzida: cinco crianças detidas em 100 mil. No Canadá atinge um máximo de 15 por cada 100 mil crianças.
O relatório das Nações Unidas contabiliza, pelo menos, 29 mil crianças detidas no norte da Síria e no Iraque, a maioria são filhos de terroristas do autoproclamado Estado Islâmico.