19 nov, 2019 - 16:35 • Redação com agências
A Turquia pretende repatriar centenas de militantes do Estado Islâmico para os seus países de origem até ao final deste ano.
Esta terça-feira, o ministro turco do Interior, Suleyman Soylu, disse que é intenção do país dar início a esse repatriamento já esta semana, incluindo para países europeus como a Irlanda e a Holanda.
Desde que lançou a sua operação contra as forças curdas que operam no nordeste da Síria, Ancara tomou posse de mais de 200 detidos que pertenciam ao grupo terrorista, tendo ainda centenas de outros suspeitos nas suas prisões.
Antes, os jihadistas estavam nas mãos precisamente das forças curdas, que derrotaram territorialmente o Estado Islâmico com o apoio de uma coligação internacional, liderada pelos Estados Unidos. Foi depois de as forças americanas abandonarem os seus aliados curdos que a Turquia atacou o nordeste da Síria. Na sequência da invasão e dos ataques, que continuam, algumas prisões que albergavam reclusos do Estado Islâmico passaram para mãos dos turcos e dos seus aliados.
E depois do Estado Islâmico
Com a derrota do autoproclamado Estado Islâmico na(...)
Há anos que tanto curdos como americanos pedem que os países europeus recebam de volta os seus cidadãos que se juntaram às fileiras do Estado Islâmico, mas até agora muito poucos acederam.
Alguns foram mesmo ao ponto de retirar a nacionalidade aos terroristas. Agora, os turcos querem acelerar o processo e acusam os países europeus de terem violado o direito internacional.
“Eles não têm qualquer direito a deixar os seus cidadãos sem nacionalidade”, afirma o ministro do Interior, Suleyman Soylu, citado pela "Al Jazeera".
“O número de detidos a repatriar até ao final do ano depende do tempo que o processamento demorar, mas sobretudo para os europeus já está em marcha”, acrescenta, afirmando que até ao final da semana serão repatriados seis ou sete combatentes do Estado Islâmico, incluindo para a Irlanda e para a Holanda.
Até ao momento a Turquia já repatriou dez cidadãos alemães, um norte-americano e um britânico.
A maioria dos Estados europeus, contudo, não tem qualquer intenção de receber de volta no seu território homens que se juntaram ao Estado Islâmico, ou sequer as suas famílias. Devido à necessidade de respeitar as normas do Estado de Direito, alguns temem não ter provas suficientes para acusar os repatriados e a ameaça que decorre de os deixar em liberdade.
Se a Turquia está apostada em repatriar os combatentes, os países europeus esperam ainda conseguir chegar a um acordo com o Iraque para que o país aceite receber nas suas cadeias os militantes do Estado Islâmico que ainda se encontram no nordeste da Síria, onde estão mais sujeitos a serem libertados no meio dos combates ou apanhados pelas forças turcas e seus aliados no terreno.