21 nov, 2019 - 17:25 • Redação com Reuters
O procurador-geral de Israel acusou formalmente o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, de corrupção, esta quinta-feira.
A acusação vem adensar a incerteza relativamente a quem irá governar o país nos próximos anos, numa altura em que os hebraicos enfrentam uma situação de caos político depois de duas eleições inconclusivas ocorridas este ano.
O procurador, Avichai Mandelblit, anunciou esta decisão, a primeira deste género relativa a um primeiro-ministro em funções, numa acusação que inclui crimes de suborno, quebra de confiança e fraude.
Em fevereiro, a polícia recomendou a Mandelblit que arquivasse as acusações criminais contra o chefe de Governo nas investigações de longa duração denominadas Casos 1000, 2000 e 4000.
Netanyahu, que já foi absolvido em três casos de corrupção, não tem nenhuma obrigação legal de resignar ao cargo atual, apesar de estar indiciado dos crimes.
Governante garante a sua inocência e denuncia uma (...)
Netanyahu é suspeito de aceitar 264 mil dólares em presentes, incluindo cigarros e champanhe, e de distribuir favores para melhorar a cobertura do jornal mais vendido de Israel, Yedioth Ahronoth, e do site Walla.
O primeiro ministro que está há mais tempo em funções no país pode enfrentar mais de 10 anos de prisão se for provada a acusação de suborno e uma pena máxima de 3 anos caso sejam provados os crimes de fraude e quebra de confiança.
Após umas eleições em março que não permitiram a formação de um governo, Israel foi novamente a votos em setembro, resultando esta segunda ida às urnas num empate técnico entre o partido de Netanyahu, Likud, e o partido Azul e Branco, liderado por Benny Gantz.
Depois da incapacidade de Netanyahu para reunir consenso, Gantz anunciou ontem que também não obteve os apoios necessários. Enquanto não acontece a formação de um novo governo, Benjamin Netanyahu permanece em funções.