22 nov, 2019 - 17:11 • Agência Lusa
Uma em cada três mulheres na União Europeia (UE) já foi vítima de violência física ou sexual, referiu esta sexta-feira a Comissão Europeia, admitindo a “dimensão alarmante” do problema e garantindo ação contra este tipo de situações.
“A violência exercida contra as mulheres e raparigas representa uma violência contra toda a humanidade que já não deveria ter lugar na Europa nem no resto do mundo, mas todos sabemos que, não obstante o nosso empenho, ainda estamos longe de vencer este desafio”, admitiu, em comunicado, a vice-presidente da Comissão Europeia e Alta Representante da UE para Relações Externas e Política de Segurança, Federica Mogherini.
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De acordo com a responsável, “a dimensão do problema continua a ser alarmante”, já que, na Europa, uma em cada três mulheres já foi vítima de violência física e/ou sexual” e que, “na UE, praticamente todas as vítimas de tráfico para fins de exploração sexual são mulheres ou raparigas”.
“A violência contra as mulheres manifesta-se em qualquer lugar, não existindo um lugar seguro, nem mesmo em casa. Bem pelo contrário. As mulheres são vítimas de violência tanto na sua própria casa como no local de trabalho, nas escolas e universidades, na rua, em situações de trânsito e migração, e cada vez mais na Internet através da violência em linha e do incitamento ao ódio”, refere Federica Mogherini.
Para a Alta Representante, é “responsabilidade da UE e da comunidade internacional manter o compromisso de prevenir, rejeitar e condenar abertamente todos os atos de violência contra as mulheres e raparigas”.
“Também é nosso dever apoiar e proteger as vítimas, proporcionando um ambiente seguro que lhes permita denunciar os crimes cometidos pelos seus agressores”, aponta a responsável, garantindo que a UE “está empenhada em continuar a trabalhar incansavelmente com os seus parceiros para reforçar os quadros jurídicos e institucionais, apoiando o desenvolvimento e a educação, melhorando os serviços prestados às vítimas que sobrevivem às agressões, combatendo as causas profundas da violência e promovendo a capacitação das mulheres”, isto fora e dentro da Europa.
Em 2017 e 2018, a UE disponibilizou um valor estimado em mais de 62 milhões de euros para ajuda humanitária e ações de prevenção e de resposta à violência sexual e de género em todo o mundo no quadro dos seus programas em matéria de proteção e de saúde.
A declaração de Federica Mogherini surge a propósito do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, que se assinala na segunda-feira.
Nessa noite, a sede da Comissão Europeia, em Bruxelas, estará iluminada de laranja como forma de apoio à luta relativa à violência contra mulheres.