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Mais de 140.000 pessoas morreram de sarampo em 2018

05 dez, 2019 - 19:28 • Redação com Lusa

A maioria das mortes ocorreu em crianças menores de cinco anos. Organização Mundial de Saúde diz que óbitos relacionados com doenças evitáveis por vacina, como o sarampo, são "um ultraje e um fracasso coletivo".

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O sarampo matou mais de 140.000 pessoas em 2018, de acordo com novas estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Centro para Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

A maioria das mortes ocorreram em crianças menores de cinco anos, que são as que correm maior risco de infeções por sarampo, com possíveis complicações, incluindo pneumonia e encefalite, além de incapacidade ao longo da vida.

"O facto de qualquer criança morrer de uma doença evitável por vacina, como o sarampo, é francamente um ultraje e um fracasso coletivo em proteger as crianças mais vulneráveis do mundo", disse Tedros Adhanom Ghebreysus, diretor-geral da OMS.

"Para salvar vidas, precisamos garantir que todos possam beneficiar das vacinas, o que significa investir em imunização e assistência médica de qualidade como um direito para todos", acrescentou.

A OMS e a UNICEF estimam que no ano passado 86% das crianças receberam globalmente a primeira dose da vacina através dos serviços de vacinação de rotina de seu país, mas menos de 70% receberam a segunda dose recomendada.

Estimando o número total de casos e mortes em todo o mundo e por região, o relatório constata que os piores impactos do sarampo ocorreram na África Subsaariana, onde muitas crianças ficam sem vacinação de forma persistente.

Em 2018, os países mais afetados - com maior taxa de incidência da doença -- foram a República Democrática do Congo (RDC), Libéria, Madagáscar, Somália e Ucrânia. Estes cinco países foram responsáveis por quase metade de todos os casos de sarampo no mundo.

Embora os maiores efeitos tenham sido registados nos países mais pobres, alguns países ricos também têm combatido surtos de sarampo, com ramificações significativas para a saúde das pessoas.

Este ano, os Estados Unidos registaram o maior número de casos em 25 anos, enquanto quatro países da Europa - Albânia, República Checa, Grécia e Reino Unido - perderam o estatuto de eliminação do sarampo em 2018, após prolongados surtos da doença. Esta situação ocorre quando o sarampo volta a um país após ter sido declarado eliminado e a transmissão é sustentada continuamente, naquele território, no país por mais de um ano.

Nos últimos 18 anos, estima-se que a vacinação contra o sarampo tenha salvado mais de 23 milhões de vidas.

As estimativas divulgadas esta quinta-feira pela OMS apontam para 9,7 milhões de casos de sarampo em 2018 a nível mundial e 142.300 mortes relacionadas com a doença, mais do que no ano anterior, quando foram estimados 7,5 milhões de casos e 124.000 mortes.

Em 2018, a OMS estima que na região africana houve 1,7 milhões de casos e 52.600 mortes; na região das Américas 83.500 casos, no Mediterrâneo Oriental 2,8 milhões de casos e 49.000 mortes, na Europa 861.800 casos e 200 mortes, no sudeste asiático 3,8 milhões de casos e 39.100 mortes e no Pacífico Ocidental 404.400 casos e 1.300 mortes.

Em 2018, houve um total de 353.236 casos reportados à OMS e este ano, até meio de novembro, já tinham sido reportados globalmente mais de 413.000 casos, com um adicional de 250.000, de acordo com as redes nacionais.

Estudos recentes mostram que a contração do vírus do sarampo pode ter mais impactos para a saúde a longo prazo do que os já conhecidos, por exemplo, a danificação da memória do sistema imunológico por meses ou até anos após a infeção, deixando os sobreviventes vulneráveis a outras doenças potencialmente mortais, como gripe ou diarreia grave.

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