06 dez, 2019 - 13:20 • Redação
Angela Merkel visita esta sexta-feira, pela primeira vez durante os seus 14 anos enquanto chanceler, o campo de concentração de Auschwitz, criado pelos nazis aquando da invasão da Polónia. A sua visita decorre dois meses depois de um ataque antissemita a uma sinagoga, na cidade de Halle, na Alemanha, em que duas pessoas morreram.
Para o vice-presidente do Comité Internacional de Auschwitz, Christoph Heubner, a visita "é um sinal particularmente importante de atenção e solidariedade no momento em que os sobreviventes de Auschwitz são vítimas de insultos antissemitas e de mensagens cheias de ódio”.
Os números da polícia revelam que as ofensas a judeus aumentaram quase 10% na Alemanha no ano passado em relação ao ano anterior. Já os ataques violentos aumentaram mais de 60%.
Antes da viagem da chefe do Governo da Alemanha, os estados federais aprovaram uma doação de 60 milhões de euros para a Fundação Auschwitz-Birkenau.
Merkel segue os passos dos chanceleres alemães Helmut Schmidt e Helmut Kohl, tornando-se a terceira chefe do executivo alemão em funções a visitar o campo de concentração na Polónia.
Um milhão de judeus foram mortos em Auschwitz-Birkenau, para além de 100 mil polacos não-judeus, prisioneiros de guerra soviéticos, ciganos e combatentes anti-nazis.
"Não há outro local de memória que demonstre com tanta precisão o que aconteceu durante a Shoah", disse o chefe do Conselho Central de Judeus na Alemanha, Josef Schuster, à agência internacional de notícias “Agence France-Presse” (AFP) antes da visita.
Merkel considerou o Holocausto uma "rutura com a civilização" e manifestou preocupação com a ascensão do antissemitismo na Alemanha.