10 dez, 2019 - 19:26 • Redação com Lusa
A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) apresentou a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas atualizada, esta terça-feira, com mais 1.840 novas entradas, e pediu "ação rápida" para combater a degradação de ecossistemas.
A atualização da Lista Vermelha da UICN foi divulgada para coincidir com a realização da 25.ª Conferência das Partes (COP25) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, em Madrid. Com as novas 1.840 espécies, a Lista Vermelha reúne, agora, 30.178 espécies ameaçadas.
A UICN alerta, em comunicado, para as múltiplas ameaças que animais e plantas selvagens enfrentam. Acrescem os crescentes impactos das alterações climáticas, pelo que é preciso uma "ação rápida".
"As alterações climáticas juntam-se a múltiplas ameaças que as espécies enfrentam e devemos agir rapidamente e de forma decisiva para conter a crise", advertiu Grethel Aguilar, diretora geral da UICN citada no comunicado.
Num relatório sem precedentes, a Plataforma Intergovernamental Científica e Política sobre a Biodiversidade e os Serviços Ecossistémicos (IPBES) listou, em maio passado, os principais fatores da queda acentuada da biodiversidade.
O principal destaque foi para as mudanças na utilização da terra (como a agricultura), a sobre-exploração (caça e pesca), as alterações climáticas, a poluição e as espécies invasoras, tudo tendo como pano de fundo o crescimento demográfico e o aumento do consumo por habitante.
"A atualização [da Lista Vermelha] revela o impacto cada vez maior das atividades humanas na vida selvagem", diz Jane Smart, que dirige o grupo da conservação da biodiversidade na UICN.
A UICN aponta como impactos das alterações climáticas os que sofrem os peixes fluviais da Austrália, 37% dos quais estão ameaçados de extinção, mais de metade destes devido a alterações climáticas. Ou os eucaliptos, com 25% das espécies do mundo ameaçadas.
No documento, a UICN destaca 10 espécies de aves e dois peixes de água doce para os quais a situação melhorou.
Mais de 112.000 espécies estão listadas na Lista Vermelha, em diferentes níveis de preocupação.