10 dez, 2019 - 11:18 • Lusa
Mais de 30 pessoas foram detidas em 11 países europeus no âmbito de uma megaoperação de combate à pornografia infantil realizada pela Europol e pela polícia nacional de Espanha, país onde foram presos mais de metade dos criminosos.
De acordo com a direção-geral da polícia espanhola, foram detidas 17 pessoas naquele país, 14 das quais menores de idade que partilhavam material pedófilo de extrema violência num chat da rede social WhatsApp, anexando ‘emoticons’ e outras animações às imagens de abusos sexuais a crianças muito pequenas.
A maior parte dos suspeitos – cuja idade média é de 22 anos – tinha os telemóveis em nome dos pais, pelo que estes também foram investigados.
A operação, designada como ‘Chemosh’, durou 26 meses e foi realizada pela Unidade Central de Crimes Cibernéticos da Polícia Nacional espanhola, em colaboração com a Interpol, a Europol e as forças policiais da Costa Rica, Equador, França, Guatemala, Índia, Itália, Paquistão, Peru, Reino Unido e Síria.
As investigações começaram na sequência de informações enviadas por um anónimo para o e-mail denuncias.pornografia.infantil@policia.es, que alertavam para a existência de um grupo de Whatsapp, formado por menores de idade, no qual vários participantes tinham considerado normal a existência de pedofilia e abusos sexuais a outros menores.
Segundo a Polícia Nacional espanhola, a operação começou inicialmente para travar a pornografia infantil em ‘chats’ de língua espanhola, mas também para impedir que jovens espanhóis entrassem em contacto com material pedófilo ou com pessoas perigosas que pudessem gerar material próprio.
Um dos detidos mais perigosos foi um homem, de 29 anos, preso na província de Ciudad Real, por ter feito ‘download’ de pornografia infantil nos ‘chats’ investigados, e por ter tentado que outros membros do grupo lhe dessem contactos de meninas menores de idade a quem pudesse assediar para obter material.
Este homem foi preso depois de entrar em contacto com um polícia que fingiu estar interessado em trocar contactos.
Outro dos detidos foi uma criança com menos de 15 anos que queria ser administradora de grupos de ‘chat’ sobre pedofilia, tendo armazenado um grande número de arquivos para distribuir a quem fizesse parte do grupo.
Entre os detidos, além dos espanhóis, estavam quatro cidadãos do Equador, dois da Costa Rica, dois do Uruguai e dois do Peru, um indiano, um italiano, um francês, um paquistanês, um britânico e um sírio.