20 dez, 2019 - 11:44 • Redação com agências
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, anunciou esta sexta-feira que irá interromper as suas férias no Havai depois da sua ausência, numa altura em que o país está a ser devastado por incêndios florestais, ter sido muito criticada.
A pressão pública aumentou esta semana, já que milhares de bombeiros estão a trabalhar continuamente há várias semanas na tentativa de apagar os grandes incêndios e há milhões de habitantes de Sydney afetados pelo fumo.
O vice-primeiro-ministro Michael McCormack assumiu a liderança de forma discreta, e durante alguns dias, não era conhecido o paradeiro de Scott Morrison, o que aumentou ainda mais a contestação, levando à organização de protestos e à criação de um “hashtag” nas redes sociais #WhereTheBloodyHellAreYou.
“Lamento profundamente as emoções que despertei entre os muitos australianos afetados pelos incêndios florestais enquanto passava férias com a minha família”, afirmou Scott Morrison, em comunicado.
O primeiro-ministro afirmou, posteriormente, à rádio australiana “2GB Radio”, que normalmente não anuncia quando “sai do país ou onde vai”, mas compreende que devido às circunstâncias a sua ausência “causou bastante ansiedade”, acrescentando que é “devastador estar no Havai e ver o que está a acontecer na Austrália”.
Morrison garantiu que voltará o mais rápido possível “dado os eventos trágicos mais recentes”, referindo-se à morte dos dois bombeiros, de 32 e 36 anos.
Mais de uma centena de incêndios lavram em Nova Gales do Sul, o estado australiano com mais população, tendo sido declarado estado de emergência.
Em Queensland (nordeste) registam-se mais de 70 incêndios e estão em curso várias dezenas de outros nos estados ocidentais e do sul.
Pelo menos três milhões de hectares arderam nos últimos meses em todo o país, provocando a morte de oito pessoas e a destruição de 800 casas.
As entidades metereológicas têm emitido avisos de perigo, para diversas zonas do país, alertando para o elevado risco de incêndio.
Na quinta-feira, a Austrália bateu, pela segunda vez, o recorde de dia mais quente, com uma temperatura máxima média nacional de 41,9 graus Celsius. No dia anterior já tinha registado um recorde, com 40,9 graus.
O recorde absoluto da temperatura no mês de dezembro foi batido na quinta-feira, quando os termómetros atingiram os 49,8 graus na localidade de Eucla, na Austrália Ocidental.
Já arderam, pelo menos, um milhão de hectares, mai(...)