07 jan, 2020 - 07:37 • Marta Grosso
Sanna Marin, a mais nova primeira-ministra da Finlândia, volta a ser notícia por ter referido a ideia de reduzir a semana de trabalho para quatro dias, com seis horas diárias. Mas, segundo o Twitter do NewsNowFinland, a medida não consta do programa de Governo nem está a ser considerada para já, de acordo com várias fontes do novo executivo.
A medida poderá ainda vir a ser proposta, mas para já não passa de uma ideia referida por Sanna Marin enquanto ministra dos Transportes, há cinco meses, num debate informal do seu partido.
Na altura, terá dito que o objetivo era que os finlandeses passassem mais tempo com a família e amigos. "Acredito que as pessoas merecem passar mais tempo com as famílias, com os que amam, com os seus hobbies e em outros aspetos da vida, como a cultura", defendeu. "Este pode ser o próximo passo para nós na vida dos trabalhadores", acrescentou.
Sanna Marin assumiu a liderança do Governo finlandês em 10 de dezembro de 2019. Com 34 anos, tornou-se a mais jovem primeira-ministra do país, à frente de uma coligação composta só por mulheres, duas delas com 32 anos e uma com 55.
Há vários estudos que demonstram que a redução do tempo de trabalho traz aumentos na produtividade e nos índices de felicidade dos trabalhadores.
A Finlândia é defensora de horários de trabalho flexíveis, pelo que a eventual implementação de uma medida assim não surpreende. Em 1996, uma lei dava aos funcionários o direito de mudar de horário até três horas mais cedo ou mais tarde daquilo que lhes tinha sido atribuído pela entidade empregadora.
Mas, a flexibilização da semana de trabalho também é ponderada noutros países. Na Suécia, por exemplo, em 2015, foi testada uma semana de trabalho de seis horas em Gotemburgo. A medida foi teve benefícios em termos de felicidade, mas prejuízos para as contas públicas.
No campo das empresas, há várias a testar novos modelos. No ano passado, em novembro, a Microsoft Japão revelou que uma semana de trabalho experimental de quatro dias aumentou a produtividade em 40%.
Antes, em 2018, uma empresa da Nova Zelândia testou, durante dois meses, uma semana de trabalho de quatro dias e considerou a experiência um sucesso na melhoria do equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Criada apenas pela mãe e a primeira pessoa da família e entrar no ensino superior, Sanna Mirella Marin acredita que “mudar as coisas implica compromisso” e “não se pode assumir que o Estado do bem-estar social ou as regras trabalhistas estão garantidas”.
“Eles resultam de determinação e trabalho duro", escreveu no seu perfil oficial no site do Governo.
[Notícia atualizada 8h20, com correção do título]