11 jan, 2020 - 09:06 • Marta Grosso com Lusa e Reuters
O Irão admitiu neste sábado que o avião ucraniano que se despenhou na quarta-feira em Teerão foi abatido inadvertidamente por militares iranianos, noticiou a televisão estatal. A declaração atribuiu o derrube do aparelho a um erro.
Até aqui, o Irão tinha negado que um míssil fosse responsável pelo acidente.
Mas os Estados Unidos e o Canadá afirmavam o contrário, baseados em informações dos respetivos serviços de segurança.
“A República Islâmica do irão lamenta profundamente este erro desastroso”, afirma o Presidente Hassan Rouhani na rede social Twitter, prometendo condenar os responsáveis pelo incidente.
“Os meus pensamentos e orações estão com as famílias das vítimas”, adianta.
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Javad Zarif, ao anunciar as conclusões preliminares da investigação das Forças Armadas, lamenta o erro, ocorrido sublinha na sequência do “aventureirismo dos EUA”.
“Um erro humano numa altura de crise causado pelo aventureirismo dos EUA levou ao desastre. O nosso profundo lamento, um pedido desculpas e condolências às famílias de todas as vítimas e às nações afetadas”, lê-se na mensagem no Twitter.
O avião, um Boeing 737 da companhia aérea Ukrainian International Airlines, descolou de Teerão, com destino a Kiev, despenhando-se dois minutos após a descolagem nos arredores da capital iraniana.
O acidente ocorreu horas depois do lançamento de 22 mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de vingança pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.
O aparelho, com destino a Kiev, transportava 167 passageiros e nove tripulantes de várias nacionalidades, incluindo 82 iranianos, 11 ucranianos, dez suecos, quatro afegãos, três alemães e três britânicos.
Na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros canadiano reviu em baixa que o número de vítimas do país, que passou de 63 para 57, após uma "análise aos documentos de viagem das vítimas".
No entanto, o número total de passageiros que tinham como destino final o Canadá mantém-se em 138, disse François-Philippe Champagne, em conferência de imprensa.