12 jan, 2020 - 14:15 • Marta Grosso
Isabel II convocou uma reunião de emergência para segunda-feira com o núcleo duro da família real. O objetivo é discutir o futuro do filho mais novo do príncipe Carlos e encontrar uma solução para o papel de Harry e Meghan.
Os convocados são, além dos duques de Sussex, o príncipe Carlos (primeira na linha de sucessão) e o príncipe William (irmão mais velho de Harry e duque de Cambridge).
A notícia é avançada neste domingo pela BBC, que cita fontes oficiais do Palácio de Buckingham.
Meghan, que se encontra no Canadá, deverá participar na reunião por telefone e Carlos viajará durante a noite para Londres para poder estar presente no encontro. O príncipe de Gales deslocou-se no sábado a Omã para apresentar as condolências pela morte do sultão Qaboos bin Said Al Said.
A reunião vai decorrer residência da Rainha em Sandringham e, de acordo com a BBC, não há qualquer indicação sobre que resultado esperar. Serão abordados os próximos passos a tomar, incluindo a coordenação entre os funcionários do Governo britânico e do Canadá – país onde, ao que tudo indica, os duques querem estabelecer residência.
Mas, pelo meio, há ainda “grandes obstáculos” a ultrapassar, realça o correspondente do grupo de comunicação junto da família real.
De acordo com a imprensa britânica, este será o primeiro frente a frente do príncipe Harry, de 35 anos, com a avó, depois de ter anunciado, juntamente com a mulher, a vontade de ter “independência financeira” e de viver parte do ano na América do Norte, donde Meghan é originária.
Duques de Sussex
Os duques de Sussex querem atingir independência f(...)
O anúncio surge pouco depois de os duques de Sussex terem passado o Natal nos Estados Unidos e após vários meses atribulados, nomeadamente na relação com a imprensa.
Na viagem que o casal efetuou a África em outubro de 2019, Meghan Markle dá conta das dificuldades enfrentadas, numa entrevista à ITV News. O mesmo canal de televisão fez várias reportagens sobre a viagem do casal e falou também com o príncipe Harry, que admitiu estar mais afastado do irmão, William.
Quem não gostou do anúncio feito nas redes sociais foi a Rainha, que logo avisou que “estes assuntos complicados demoram tempo”. O resto da família real também demonstrou algum desconforto, tendo o príncipe William admitido que ele e o irmão são agora “entidades separadas”.
Numa reação publicada pelo “Sunday Times”, o duque de Cambridge afirmou-se triste. “Abracei o meu irmão toda a nossa vida e não posso fazer mais; somos entidades separadas. Tudo que podemos fazer, e tudo o que posso fazer, é tentar apoiá-los e esperar que o tempo permita que voltemos a estar todos na mesma página”.
Harry e Meghan pretendem “recuar” nos deveres enquanto membros seniores da família real, mantendo contudo “todo o apoio a Sua Majestade”.
A atitude faz reviver a abdicação do rei Eduardo VIII, em 1936, para casar com Wallis Simpson, uma norte-americana divorciada.
Aos 93 anos, Isabel II quer encontrar com urgência “uma solução” para o neto (sexto em sucessão) e decidir, nomeadamente, o montante da doação financeira que o príncipe Carlos atribuirá ao casal, bem como a questão dos títulos reais e o perímetro das transações comerciais que Harry e Meghan serão autorizados a fazer.
De acordo com o jornal “The Guardian”, Harry e Meghan receberam cerca de 5 milhões de libras (5,87 milhões de euros) em 2018-2019.