17 jan, 2020 - 00:09 • Redação
Um supervisor apartidário do Congresso americano acusa a Casa Branca de bloquear, ilegalmente, verbas de ajuda militar à Ucrânia, aprovadas por legisladores americanos em novembro de 2019.
A acusação surgiu na abertura do processo de destituição do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Senado americano.
Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes, acusou a Casa Branca de “violar a lei”, durante uma conferência de imprensa, esta quinta-feira.
O democrata Adam Schiff procedeu à leitura das acusações aprovadas pela Casa Branca, em dezembro. Trump é acusado de abuso de poder e obstrução ao Congresso.
O abuso de poder consubstancia-se na utilização do cargo de Presidente para pressionar uma potência estrangeira a interferir nas eleições nos Estados Unidos. A obstrução ao Congresso na proibição de que funcionários e advogados da Casa Branca prestassem depoimento e na recusa de entrega de documentos solicitados.
A acusação de abuso de poder prende-se também com a retenção de 391 milhões de dólares (351 milhões de euros) em verbas militares destinadas à segurança na Ucrânia.
De acordo com os democratas, Donald Trump decidiu usar o acordo para pressionar Kiev a proceder à investigação do rival político Joe Biden, potencial adversário de Trump nas próximas eleições de 3 de novembro.
“O cumprimento fiel da lei não permite que o presidente substitua as suas prioridades políticas pessoais pelas que o Congresso promulgou como lei”, concluiu o Government Accountability Office (GAO), órgão de poder legislativo responsável pelas contas públicas do governo americano.
A Casa Branca diz que discorda da opinião do GAO, acusando a agência de se tentar “inserir na diária polémica provocada pelos media”.
O julgamento do processo de destituição de Donald Trump deverá começar já no próximo dia 21 de janeiro, terça-feira.