20 jan, 2020 - 18:08 • Redação com Lusa
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O procurador-geral de Angola promete fazer "todos os possíveis" para repatriar Isabel dos Santos, acusada de desviar milhões de dólares de dinheiro público.
Em entrevista à Radio Nacional de Angola, Hélder Pitta Grós diz mesmo que irá ativar mecanismos internacionais.
Estas declarações da Procuradoria-Geral de Angola surgem um dia após a revelação de milhares de ficheiros, no âmbito do Luanda Leaks, que detalham esquemas para desvio de dinheiros públicos angolanos.
Em causa estão 115 milhões de euros que terão sido desviados da petrolífera estatal Sonangol para uma empresa de consultoria sediada no Dubai. Isabel dos Santos já negou qualquer desvio de dinheiro.
Esta segunda-feira foi revelado que a auditoria pedida pela Sonangol à gestão de Isabel dos Santos já está concluída e os dados foram enviados para a Procuradoria Geral da República (PGR) de Angola e Inspeção-Geral da Administração do Estado (IGAE), indicou fonte da petrolífera citada pela agência Lusa.
A mulher mais rica de África montou uma teia de in(...)
A consultora internacional foi contratada em fevereiro de 2018 para verificar as contas da filha do ex-presidente José Eduardo dos Santos, que presidiu ao Conselho de Administração da petrolífera estatal angolana entre junho de 2016 e novembro de 2017, até ser exonerada pelo Presidente da República, João Lourenço.
"A auditoria está concluída e os resultados foram submetidos às entidades competentes", entre as quais o Ministério das Finanças e o Ministério dos Recursos Mineiras e Petróleo, além da IGAE e da PGR, adiantou a mesma fonte, escusando-se a revelar as conclusões.
Um consórcio de jornalismo de investigação revelou, no domingo, mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de "Luanda Leaks", que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que estarão na origem da fortuna da família.
O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ), que integra vários órgãos de comunicação social, entre os quais o Expresso e a SIC, analisou, ao longo de vários meses, 356 gigabytes de dados relativos aos negócios de Isabel dos Santos entre 1980 e 2018, que ajudam a reconstruir o caminho que levou a filha do ex-presidente angolano a tornar-se a mulher mais rica de África.