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​Coronavírus já matou nove pessoas na China e chega a Macau

22 jan, 2020 - 03:04 • Ricardo Vieira com agências

Número de casos aumenta para 440 em território chinês e foram identificados doentes noutros países: Estados Unidos, Japão, Tailândia e Coreia do Sul. Organização Mundial de Saúde pode declarar emergência internacional numa reunião marcada para esta quarta-feira.

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Aumenta de seis para nove o número de mortos na China provocado pelo novo coronavírus, anunciaram esta quarta-feira as autoridades de saúde. Foi também confirmado o primeiro caso de contágio em Macau, avança a agência de notícias Xinhua.

Pelo menos 440 foram atingidas pelo surto, de acordo com o mais recente balanço oficial, uma subida em relação aos 300 casos reportados na terça-feira de manhã.

O surto teve início da cidade de Wuhan e espalhou-se já a 13 das 23 províncias da China.

As autoridades chinesas confirmam que é transmissível entre seres humanos e que estão a tomar novas medidas para tentar evitar que epidemia se espalhe ainda mais.

China toma medidas para tentar conter vírus mortal

O vice-diretor da Comissão Nacional de Saúde, Li Bin, apela aos residentes de Wuhan que não se desloquem para outras cidades ou países.Além disso, os animais vivos deixarão de poder entrar naquela cidade.

Pede à população que evite zonas densamente povoadas e diz que vão ser tomadas medidas mais apertadas nos hospitais para proteger o pessoal clínico do coronavírus e que a formação vai ser reforçada.

A infeção de médicos e enfermeiros mostra a existência de falhas nos métodos de tratamento, admite o responsável.

O que é o coronavírus e como se transmite?
O que é o coronavírus e como se transmite?

Wang Guangfa, um médico chinês que estava a investigar o novo coronavírus, revelou que foi contaminado.

“Foi-me diagnosticado o vírus, a minha condição é boa”, afirmou o clínico a uma estação de televisão de Hong Kong.

Guangfa, que dirige o Departamento de Medicina Pulmonar do Primeiro Hospital Universitário Peking, integrou uma equipa de especialistas que, no início do mês, visitou Wuhan, onde o surto teve início.

A televisão estatal tinha avançado que o médico estava a ser tratado em isolamento desde terça-feira, por suspeita de ter contraído o novo coronavírus.

Wang, que dirigiu a investigação ao surto de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), em 2003, confirmou que está em tratamento e que vai receber uma injeção em breve, sem avançar mais detalhes.

Casos confirmados em cinco países

Os Estados Unidos detetaram o primeiro caso do novo coronavírus numa pessoa proveniente da China, foi esta terça-feira anunciado pelas autoridades de saúde norte-americanas.

O paciente foi diagnosticado na cidade de Seattle, na costa Oeste dos Estados Unidos. Foi hospitalizado na semana passada e permanece “muito doente” numa unidade após ter viajado recentemente à cidade chinesa de Wuhan.

Além dos Estados Unidos e da China, há casos confirmados na Tailândia, Japão e Coreia do Sul.

O Centro Europeu de Controlo de Doenças afirmou, esta terça-feira, que está confirmada a transmissão pessoa a pessoa do novo vírus detetado na China e que causa pneumonias virais.

O organismo europeu (ECDC, na silga inglesa) acrescenta que ainda é necessária informação adicional para avaliar de modo completo as formas de transmissão deste novo coronavírus, numa publicação na sua página na Internet que hoje foi atualizada.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que "a fonte primária mais provável" de transmissão é animal, tendo os primeiros casos surgido em pessoas que contactaram com um mercado de pescado na cidade chinesa de Whuan. Contudo, o vírus assume "transmissão limitada entre seres humanos através de contacto próximo".

OMS pode declarar emergência internacional

A Organização Mundial de Saúde (OMS) vai reunir de emergência o seu comité de peritos, esta quarta-feira, para avaliarem e decidirem se o surto que começou na China constitui uma emergência internacional.

Os casos por infeção por coronavírus, que é transmissível entre seres humanos, podem chegar a Portugal. O alerta parte do presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia.

O especialista diz que “essa possibilidade existe porque vivemos num mundo global, onde se viaja com facilidade, o que propicia que os casos de infeção possam disseminar-se”.

O mesmo responsável, acrescenta, no entanto, que “localmente já existe um sistema montado para identificar os casos de uma forma mais ágil”.

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