22 jan, 2020 - 15:48 • Lusa
O número de vítimas mortais de um novo tipo de pneumonia na China subiu esta quarta-feira para 17, com a morte de mais oito pacientes, enquanto o número total de infetados atingiu os 444, revelaram as autoridades chinesas.
Os números foram avançados pelas autoridades de Wuhan, cidade do centro da China de onde o surto é originário. A Comissão Nacional de Saúde do país asiático alertou esta quarta-feira também que o novo tipo de coronavírus “pode sofrer mutações e espalhar-se mais facilmente”.
O vírus foi inicialmente detetado, no mês passado, em Wuhan, que é também um importante centro de transporte doméstico e internacional.
O surto surge numa altura em que milhões de chineses viajam, por ocasião do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao Natal nos países ocidentais. Segundo o ministério dos Transportes chinês, dever-se-ão registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias.
Os casos alimentaram receios sobre uma potencial epidemia, semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.
As autoridades de saúde anunciaram medidas para conter a doença, incluindo desinfeção dos sistemas de ventilação de aeroportos, estações e centros comerciais. “Se for necessário, serão também realizados controlos de temperatura em áreas-chave e locais movimentados“, esclareceu a Comissão, em comunicado.
Fora da China, foram confirmados casos do novo coronavírus entre viajantes chineses na Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Taiwan e Estados Unidos, todos também oriundos de Wuhan.
Vários países com ligações aéreas diretas ou indiretas a Wuhan estão a efetuar verificações sistemáticas de passageiros de voos oriundos de áreas consideradas de risco. Em Macau, as autoridades anunciaram que vão verificar individualmente os passageiros provenientes de Wuhan, “por via aérea, marítima ou terrestre”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) vai reunir-se esta quarta-feira para decidir se deve declarar uma “emergência de saúde pública de interesse internacional”.