24 jan, 2020 - 13:36 • Redação com agências
Com o aumento do número de infetados com coronavírus - já são mais de 880 pessoas - crescem também os esforços científicos no sentido de descobrir a origem do vírus.
A comunidade científica tem apresentado alguns estudos, mas o consenso sobre o tópico está longe de ser alcançado.
Um estudo liderado por Wei Ji, publicado no “Journal of Medical Virology”, na quarta-feira, sugere que o novo vírus - apelidado de 2019-nCov - seja o resultado de um cruzamento entre dois tipos de coronavírus, um que é conhecido por infetar morcegos e outro de origem desconhecida.
Ao tentarem descobrir de onde veio este segundo tipo de vírus, através de uma comparação do código genético, os especialistas consideram que, muito provavelmente, foi transmitido através de cobras.
Segundo as informações disponíveis, este é um cenário possível, pois tudo indica que estes animais estivessem à venda no mercado de Wuhan, que está a ser avançado como o local onde tudo começou.
Mas há vários argumentos contra este estudo, nomeadamente, a falta de explicação para o vírus se conseguir adaptar a sangue quente e frio e ainda a falta de amostras reais, tendo em conta que o mercado está fechado e em processo de desinfestação.
Paulo Brandão, virologista da Universidade de São Paulo, também está a investigar a questão e afirma, em declarações à Nature News, que “não há evidências” que permitam comprovar a possibilidade das cobras serem afetadas pelo novo coronavírus, porque, à partida, os coronavírus só conseguem alojar-se em mamíferos e pássaros.
A epidemia foi detetada, pela primeira vez, em dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, localizada na China central. Até ao momento, existem 881 casos confirmados em território chinês e 11 noutros países. As mortes ocorridas – 26, até ao momento – foram todas na China.
Durante algum tempo não era claro o meio de transmissão, mas, atualmente, está confirmado que é possível a passagem do vírus entre humanos.
Neste momento, não há registo de casos em Portugal, apesar da Direção Geral de Saúde ter confirmado que, nas últimas 24 horas, existiram três possíveis casos de coronavírus, todos não validados.