27 jan, 2020 - 16:08 • André Rodrigues , Cristina Nascimento
“Miguel” (nome fictício) vive em Wuhan, cidade chinesa onde começou, no fim de 2019, o surto de coronavírus. Em entrevista à Renascença, este português, que prefere não se identificar com o seu nome real, diz que está “em casa há quatro dias” e descreve “uma cidade completamente diferente”.
“Sem pessoas na rua e sem automóveis. Só vemos os automóveis que estão autorizados a circular pelas autoridades, por exemplo, talvez veículos de transporte de comidas, uma vez que hoje fomos ao supermercado e já conseguimos comprar para mais cinco ou seis dias”, descreve.
Se as ruas estão vazias, os supermercados estão cheios. “É um cenário completamente diferente, um pouco assustador, toda a gente, felizmente, usa máscara, mas olhamos uns para os outros com aquele ar de desconfiança”, assegura.
“Miguel” é um dos 14 portugueses que pediu às autoridades portuguesas para deixar o país, o que deve acontecer daqui a “dois ou três dias”.
“Acredito que seja brevemente, dois ou três dias, acho que conseguimos sair daqui de Wuhan. Não é um processo fácil, está tudo encerrado”, diz, acrescentando que a saída deverá ser feita “por meios aéreos”.
A maioria das pessoas infetadas encontram-se no território continental da China, mas há também casos confirmados em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França, Austrália e Canadá