29 jan, 2020 - 19:33 • Lusa
A Finlândia confirmou esta quarta-feira o primeiro caso de contaminação pelo novo coronavírus no país, com as autoridades locais a precisarem que a paciente é uma turista chinesa que se encontra estável.
A Finlândia junta-se assim aos outros dois países na Europa - França (quatro casos) e Alemanha (quatro casos) - que já identificaram pessoas contaminadas pelo novo coronavírus detetado inicialmente na China.
A paciente é oriunda da cidade de Wuhan, na província de Hubei (centro da China), onde o novo vírus foi identificado pela primeira vez, informaram as mesmas fontes, que acrescentaram que a mulher estava de visita à Lapónia, região no extremo norte da Finlândia.
A mulher, de 32 anos, deu entrada num hospital local com sintomas associados ao novo coronavírus (2019-nCoV), que provoca doença respiratória potencialmente grave, como a pneumonia.
Foi a própria paciente que recorreu à unidade hospitalar após ter sentido os primeiros sinais de infeção, referiram as autoridades, que acrescentaram que após a realização de testes a contaminação do vírus foi confirmada.
Segundo fontes do hospital central da Lapónia, citadas pelos 'media' locais, a paciente está estável.
Outras 15 pessoas estão sob observação, uma vez que terão estado expostas a um potencial contágio.
As autoridades da Finlândia, o primeiro país nórdico a registar um caso de contaminação pelo 2019-nCoV, afirmaram que a situação está sob controlo e que o risco de propagação do novo coronavírus no território finlandês é baixo.
A China elevou para 132 mortos e mais de 5.900 infetados o balanço de vítimas do novo coronavírus detetado no final do ano em Wuhan.
As quase 6.000 infeções confirmadas mostram que já foi ultrapassado na China o número de pessoas afetadas durante a epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que atingiu 5.327 pessoas entre novembro de 2002 e agosto de 2003, segundo dados oficiais.
Além do território continental da China, e agora na Finlândia, foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Austrália, Canadá, Alemanha, França e Emirados Árabes Unidos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu hoje voltar a convocar, na quinta-feira, o Comité de Emergência para determinar se o surto do novo coronavírus, com origem na China, deve ser uma emergência de saúde pública internacional.
Licenciado em Engenharia, que nunca exerceu, era apontado como um especialista em grego moderno.
Foi também tradutor de obras como "A Caça ao Snark", de Lewis Carroll, "Contos", de Saki, "A Ronda", de Arthur Schnitzler, "Crítica da Razão Cínica", de Peter Sloterdijk, e, entre outros, dos "Contos", de Katherine Mansfield, em colaboração com Francisco Vale e Graça Vilhena.
Considerava um ensaio de Jacques Rougerie, sobre a Comuna de Paris, publicado em 1971, a sua primeira tradução "a sério", como disse em entrevista ao Jornal de Letras Artes e Ideias (JL), na sequência da publicação da "Poesia Reunida".
Trabalhou como jornalista durante seis anos, no Jornal de Notícias, e foi tradutor de instituições da União Europeia.
Literariamente, estreou-se em 1983, com "Natureza Morta com Desodorizante".
Sobre este livro disse: "Dei-lhe esse título para não dizer coisa nenhuma. Foi o mais esquisito que consegui arranjar. Há naturezas-mortas com violinos, açucenas, frutas... A minha tem um desodorizante".
Trabalhou como jornalista durante seis anos, no Jornal de Notícias, e foi tradutor nas instituições da União Europeia.
Na sua obra, destacam-se ainda "Em Qualquer Lugar" (1998) e "O Mundo Clamoroso, Ainda" (2004).
Além das letras, Manuel Resende participou, na década de 1970, nos Grupos de Ação Comunista, fundando em 1973 a Liga Comunista Internacionalista (LCI), que deu lugar ao Partido Socialista Revolucionário (PSR), na génese do atual Bloco de Esquerda (BE).
Francisco Louçã, um dos fundadores do BE, recorda, nas redes sociais, que Manuel Resende foi o autor das teses sobre a situação política e económica discutidas no congresso de fundação da LCI, ainda na clandestinidade.
Na entrevista ao JL, intitulada "Manuel Resende: Surrealista e mais ainda", o poeta recorda que se encontrava mobilizado em Mafra, no 25 de Abril de 1974, quando já "tinha tudo preparado para desertar".
Com a revolução, manteve-se na tropa, até ser expulso. "Lutei por uma democratização total nos ramos militares. Fiz uma proposta ultra-radical: abolir as patentes, todos deviam fazer todos os serviços. Fui aplaudido. Havia uma excitação com aquelas propostas. Mas depois (...) Até a ideia de um sindicato de soldados, inspirado no que havia na Holanda, foi considerado subversivo".