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Coronavírus. Dois primeiros casos na Rússia, uma criança infetada na Alemanha

31 jan, 2020 - 13:11 • Marta Grosso com agências

Bruxelas anuncia 10 milhões de euros para investigação de novos tratamentos e vacinas. Instituto Pasteur prevê ter uma vacina dentro ano e meio. Vários países cancelam voos com a China.

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Há mais três casos confirmados de infeção com coronavírus: dois na Rússia e um, numa criança, na Alemanha.

Na Rússia, estes são os primeiros casos confirmados e são avançados nesta sexta-feira pela dirigente do gabinete de defesa do consumidor, segundo o qual não existe risco de o vírus se espalhar pelo país.

Numa comunicação aos jornalistas, Anna Popova avançou que os dois infetados são cidadãos chineses e que se encontram em situação clínica estável.

A Rússia anunciou entretanto que irá começar a repatriar os seus cidadãos que se encontrem na China a partir de dia 1 de fevereiro, o próximo sábado.

Na Alemanha, o estado da Baviera confirma que uma criança foi infetada com o coronavírus. A informação é avançada pelas autoridades regionais e eleva para seis o número de casos confirmados no país.

A criança é filha de um funcionário da mesma empresa onde mais quatro pessoas na região de Munique foram infetadas, avança o Ministério da Saúde em comunicado.

Todos os doentes estão em condições estáveis, acrescenta.

Em busca de uma vacina

O mundo corre contra o tempo em busca de uma vacina. Há uns dias, um laboratório chinês falava na probabilidade de colocar uma vacina em teste dentro pouco mais de um mês.

Nesta sexta-feira, laboratórios franceses e alemães avançam as suas datas. Do lado francês, o Instituto Pasteur diz esperar uma vacina contra o novo coronavírus disponível dentro de 20 meses (pouco mais do que ano e meio).

Do lado alemão, a ministra da Ciência anunciou poderá ser desenvolvida uma vacina contra o coronavírus dentro de meses.

"Se queremos conter esta doença, é bom que tenhamos uma vacina em tempo relativamente curto e assumimos que isso acontecerá dentro de alguns meses", afirmou Anja Karliczek, depois de a biofarmacêutica CureVac AG e a Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI) terem anunciado que estavam a trabalhar juntas para desenvolver uma vacina contra o vírus.

Também a União Europeia decidiu investir no tratamento e prevenção desta nova estirpe. Para tal, vai mobilizar 10 milhões de euros do programa comunitário de inovação, Horizonte 2020, para apoiar investigações de possíveis tratamentos e vacinas para o novo coronavírus chinês.

O anúncio é feito pela Comissão Europeia nesta sexta-feira, segundo a qual está em causa uma "convocatória de emergência" lançada hoje pelo executivo comunitário para projetos de investigação sobre esta nova epidemia, que visam contribuir "para um tratamento clínico mais eficiente dos pacientes infetados pelo vírus, além de melhorar a preparação e as respostas de saúde pública", refere em comunicado.

O objetivo é "desenvolver novos tratamentos e vacinas", refere a comissária europeia para a Inovação, Mariya Gabriel, citada na nota.

A verba anunciada, de cerca de 10 milhões de euros, visa apoiar dois a quatro projetos de investigação, sendo que os interessados devem apresentar a sua candidatura até 12 de fevereiro.

Na quinta-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou emergência de saúde pública internacional e Bruxelas diz estar a "trabalhar em estreita colaboração" com a OMS e outros atores internacionais, de modo a "garantir uma resposta eficiente e coordenada ao surto de coronavírus".

Uma emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

23 países com coronavírus

O Reino Unido confirmou nesta sexta-feira dois casos de infeção pelo novo coronavírus, originário da cidade chinesa de Wuhan. São os primeiros neste país europeu.

Além do Reino Unido, foram detetados casos em mais quatro Estados-membros da UE: França, Alemanha, Finlândia e Itália.

A China elevou para 213 mortos e quase 10 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 50 casos de infeção confirmados em 20 outros países – Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Austrália, Finlândia, Emirados Árabes Unidos, Camboja, Filipinas e Índia e agora Rússia.

Esta sexta-feira, a Arménia anunciou a suspensão do regime especial de vistos para cidadãos chineses a partir de dia 1 de fevereiro.

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