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Aeroportos de Nova Iorque podem ficar submersos até 2100

05 fev, 2020 - 15:49 • Reuters

É o resultado do aquecimento global, indica uma investigação norte-americana. “Mesmo se reduzirmos as mudanças climáticas, vamos precisar de nos adaptar”, diz um dos autores.

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Alguns dos aeroportos mais movimentados do mundo, incluindo os de Nova Iorque, podem ficar submersos até o final do século, se o nível das águas do mar continuar a subir na sequência do aquecimento global não controlado.

A conclusão é divulgada nesta quarta-feira pelo World Resources Institute (WRI), com sede em Washington. De acordo com a investigação realizada, basta um metro de subida do nível do mar para cerca de 80 aeroportos em todo o mundo serem inundados até 2100.

Em 2019, um relatório de 2019 do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, organismo da ONU) alertava para o facto de o nível das águas do mar poder aumentar em cerca de 60 a 110 cm se as emissões de gases de efeito estufa continuassem a aumentar fortemente.

E, mesmo que o objetivo do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura a menos de dois graus Celsius seja cumprido, os investigadores consideram que quase 45 dos aeroportos de todo o mundo situados em áreas baixas podem ser inundados por uma provável elevação do nível do mar de cerca de meio metro.

"Com base nessa análise, mesmo reduzindo as mudanças climáticas, vamos sempre precisar de nos adaptar", sublinha Noah Maghsadi, um dos autores do estudo do World Resources Institute (ou Instituto dos Recursos Mundiais, na tradução para português).

Entre os aeroportos mais vulneráveis estão alguns dos mais movimentados do mundo, refere ainda o WRI. É o caso dos três aeroportos internacionais da cidade de Nova Iorque, o Aeroporto Internacional Yancheng Nanyang (na província de Jiangsu, na China) e o aeroporto de Schiphol (em Amsterdão).

À medida que os impactos das alterações climáticas se tornam mais evidentes, os aeroportos das regiões costeiras têm vindo a investir em medidas de proteção, como elevar as pistas, criar paredes do mar e melhores sistemas de drenagem para proteger bens imóveis.

Outros métodos para evitar inundações são a construção de diques e espaços subterrâneos, disse o estudo do WRI.

Em Singapura, o aeroporto de Changi analisou vários cenários até 2100 e decidiu repavimentar as pistas para melhorar a drenagem e está a construir um novo terminal, situado mais de 5,5 metros acima do nível do mar.

Nos Estados Unidos, o Aeroporto Boston Logan e o San Francisco International instalaram nos últimos anos barreiras contra inundações. E, no mês passado, as autoridades aprovaram um plano de 587 milhões de dólares para elevar o paredão do aeroporto de São Francisco de três para oito pés de altura.

Há, por outro lado, muitos aeroportos em pequenos países insulares – no Pacífico, por exemplo – que também estão em alto risco, mas não têm os recursos financeiros necessários para tomar medidas preventivas.

"Eles são totalmente dependentes do comércio de aviões e aeroportos e vão sair prejudicados, pois dependem muito das importações de alimentos e outros bens básicos, afirma Tina Huang, coautora do estudo.

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