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Coronavírus leva a "guerra das máscaras" na China

06 fev, 2020 - 13:36 • Filipe d'Avillez

Perante a escassez de máscaras cirúrgicas no país, há casos de cidades a intercetar e roubar carregamentos para outras.

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A cidade de Chongqing, na China já teve 400 casos de coronavírus e para ajudar a impedir a transmissão do vírus contava com um carregamento de máscaras cirúrgicas para distribuir entre a população.

As máscaras, contudo, nunca chegaram. Num volte-face digno de um filme de faroeste – ou fareste, no caso – a cidade vizinha de Dali, que conta apenas oito casos confirmados, confiscou o carregamento quando estava a caminho de Chongqing e distribuiu as máscaras entre os seus próprios habitantes.

A notícia provocou grande revolta, com muitas pessoas a protestar nas redes sociais. A autarquia de Dali culpou dois dos seus funcionários, incluindo o diretor do gabinete municipal de saúde, que disse já ter sido despedido. As máscaras, porém, já não podem ser devolvidas.

Noutro caso, a cidade de Qingdao, na província de Shandong, mandou os seus serviços aduaneiros embargar um carregamento de máscaras e outros produtos médicos que tinham sido enviados da Coreia do Sul, com destino a Shenyang.

Neste caso, porém, o que motivou a medida terá sido retaliação, uma vez que as autoridades de Qingdao acreditam que as de Shenyang estão a guardar outro carregamento de máscaras que era suposto ter chegado à primeira.

As guerras das máscaras são um indício da situação de tensão que se vive na China, onde em muitas cidades, incluindo o epicentro Wuhan, começam a escassear artigos médicos. A China já pediu auxílio à União Europeia.

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A China elevou hoje para 563 mortos e mais de 28 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.

Nas últimas 24 horas, registaram-se 73 mortes e 3.694 novos casos.

A primeira pessoa a morrer por causa do novo coronavírus fora da China foi um cidadão chinês nas Filipinas.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países, o último novo caso identificado na Bélgica na terça-feira.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

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