13 fev, 2020 - 23:38 • Redação com Reuters
O Presidente norte-americano, Donald Trump, deve deixar de publicar mensagens no Twitter sobre casos em investigação pelo Departamento de Justiça, afirma o procurador-geral. William Barr garante que não se deixa intimidar por ninguém.
William Barr afirmou esta quinta-feira, em entrevista à ABC, que os “tweets” de Donald Trump “tornam impossível” fazer o seu trabalho.
“Eu não me vou deixar intimidar ou influenciar por ninguém, seja o Congresso, um editorial de um jornal ou pelo Presidente”, declarou o procurador-geral.
William Barr garante que vai fazer o que achar que está certo, mas não será possível continuar a fazer o seu trabalho no Departamento de Justiça com constante ruído de fundo.
“Acho que está na altura acabarem os ‘tweets’ sobre os casos criminais do Departamento de Justiça”, afirma o procurador.
Na origem da polémica está o caso do republicano Roger Stone, um conselheiro de Trump que foi condenado, em novembro, por sete crimes de perjúrio ao Congresso dos Estados Unidos, obstrução e pressão sobre testemunhas.
O “caso Stone” foi extraído da investigação liderada pelo ex-conselheiro especial Robert Mueller à interferência da Rússia para favorecer Trump nas eleições presidenciais de 2016.
Na terça-feira, o Presidente norte-americano, que foi recentemente absolvido num processo de destituição, criticou os procuradores que pediram uma pena entre sete e nove anos de prisão para Roger Stone. Donald Trump apelidou a posição dos procuradores de “horrível” e “erro judiciário”.
Horas depois, o Departamento de Justiça recuou e os quatro magistrados desistiram do caso.
O Presidente norte-americano, na quarta-feira, agradeceu a William Barr por ter “tomado conta” do caso e criticou a juíza Amy Berman Jackson que vai revelar a sentença, no próximo dia 20.
A líder dos democratas na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, considera que os comentários de Trump são uma interferência na justiça.
“Isto é um abuso de poder. O Presidente está novamente a tentar manipular a aplicação da lei federal em prol dos seus interesses políticos”, criticou Nancy Pelosi.