21 fev, 2020 - 15:26 • Redação
O governo da Coreia do Sul declarou emergência de saúde nacional depois de um aumento súbito no número de casos. De 28 casos confirmados na semana passada, este número aumentou para, pelo menos, 204 infetados.
O vírus chegou ao território sul-coreano no final de janeiro. Desde aí, foram confirmados quase três dezenas de infetados até à última semana. Na madrugada desta sexta-feira, as autoridades confirmaram mais de 100 novos casos, dobrando este número em menos de 24 horas.
A epidemia no país tem epicentro na cidade de Daegu, a quarta maior na Coreia do Sul, que já declarou emergência de saúde. A maioria dos novos casos estão ligados ao grupo religioso Shincheonji, que já está a ser investigado pelas autoridades locais.
A maioria destas infeções iniciaram-se aquando da visita de uma mulher de 61 anos, identificada como "Paciente 31" à igreja de Daegu. A visita da mulher ao local religioso infetou vários civis que frequentavam um funeral, que por sua vez infetaram outras vítimas. As organizações de saúde locais apelidam o caso de um "evento de super-exposição" ao coronavírus.
Para responder a um dos maiores surtos repentinos fora do território chinês, o governo da Coreia do Sul decidiu encerrar espaços na capital, Seul. Trabalhadores com equipamentos de proteção pulverizaram desinfetante no metro da cidade.
Foram também demarcadas a cidade de Daegu e a vizinha Cheongdo como "áreas de cuidado especial". O plano é isolar estas localidades e enviar para o seu interior equipas médicas e outros profissionais de saúde. Para responder às necessidades, os hospitais vão ser reforçados com novos equipamentos e serão também criadas instalações de isolamento.
O primeiro-ministro sul-coreano, Chung Se-kyun, anunciou na televisão estatal que o governo irá apoiar largamente a região de Daegu para evitar que a região fique em escassez de camas para os doentes e equipamentos.
Três casos acabaram por ser encontrados entre as forças armadas sul-coreanas, que têm mais de 600 mil membros. Um marinheiro e um oficial do exército que haviam visitado recentemente Daegu foram os dois primeiros detetados. Para evitar que o vírus se espalhe, os militares foram proibidos de abandonar as suas bases ou de ir de férias para outras regiões.
O coronavírus já matou duas pessoas na Coreia do Sul, de acordo com o Centro de Prevenção de Doenças coreano (KCDC). A primeira paciente, que estava hospitalizada para doença crónica pulmonar, apenas testou positivamente o Covid-19 após a sua morte. A segunda vitima apenas acusou ser portadora do vírus esta sexta-feira.
A Coreia do Sul é atualmente o segundo país com mais casos de coronavírus, depois da China, onde se iniciou a epidemia.