25 fev, 2020 - 18:44 • Cristina Nascimento com Lusa
O tenor espanhol Plácido Domingo, acusado nos Estados Unidos de assédio sexual por vinte mulheres, pediu esta terça-feira perdão pelo sofrimento que tenha causado.
"Quero que saibam que sinto sinceramente o sofrimento que lhes causei. Aceito total responsabilidade pelas minhas ações", disse o tenor, de 79 anos, que até agora sempre negou firmemente as acusações.
Numa investigação publicada em agosto pela agência Associated Press, nove mulheres alegaram ter sido assediadas pelo cantor no final dos anos 80.
A Associated Press publicou uma segunda investigação em setembro, alegando que onze outras mulheres se apresentaram também como tendo sido vítimas do tenor.
No comunicado de imprensa agora divulgado pela agência espanhola Europa Press, Plácido Domingo afirma "ter pensado nos últimos meses nas acusações" e indica "entender agora que algumas dessas mulheres podem ter tido medo de se expressar honestamente por temerem que as suas carreiras fossem afetadas". "Embora não fosse essa a minha intenção, ninguém nunca deve sentir-se assim", acrescentou.
O pedido de perdão de Plácido Domingo chega no dia seguinte à decisão do júri de Manhattan de considerar o produtor de cinema Harvey Weinstein culpado de agressão sexual e estupro, veredicto aplaudido pelo movimento #MeToo.
Após as acusações de assédio sexual, Placido Domingo deixou em outubro a direção da casa de ópera de Los Angeles, que ocupava desde 2003.
O tenor também desistiu de se apresentar na Ópera Metropolitana de Nova Iorque, enquanto outras óperas americanas cancelaram as suas atuações, que no entanto continuam na Europa.