27 fev, 2020 - 17:25 • Filipe d'Avillez
As autoridades japonesas confirmaram esta quinta-feira o seu primeiro caso de reinfeção com COVID-19, a nova estirpe do coronavírus que se espalhou a partir da China ao longo dos últimos dois meses, tendo causado a morte a cerca de 3.000 pessoas em todo o mundo.
Apesar de potencialmente mortal e altamente infeciosa, a nova estirpe tem uma taxa de recuperação muito alta e vitima sobretudo pessoas idosas, com doenças respiratórias crónicas ou com outras fragilidades. Mas a notícia de que é possível apanhar o vírus depois de ter sido curado está a preocupar os especialistas, que temem que isso seja um indício de que a estirpe se possa manter dormente no organismo.
Philip Tierno, professor de microbiologia e patologia na Universidade de Nova Iorque explicou à "Sky News" que “depois de contrair a doença ela pode manter-se dormente e com sintomas mínimos. Mas depois pode exacerbar-se se conseguir chegar aos pulmões”.
Já tinha havido alguns casos de reinfeção na China, onde se têm registado a esmagadora maioria de casos e de mortes, mas esta foi a primeira confirmada fora daquele país.
As implicações são preocupantes, pois a possibilidade de reinfeção pode dificultar o combate à doença. O Japão tem 189 casos de infeção confirmada, excluindo os 639 casos a bordo do cruzeiro Diamond Princess, onde trabalhava o único português atualmente atingido pela doença.
O caso no Japão diz respeito a uma mulher de Osaka, na casa dos 40 anos. Foi diagnosticada em janeiro e recebeu alta em fevereiro, mas voltou a contrair a doença.
O alastramento do coronavírus é especialmente preocupante no Japão, uma vez que Tóquio vai receber os Jogos Olímpicos de 2020, que podem estar postos em causa caso a pandemia não esteja controlada até lá.