28 fev, 2020 - 12:49 • Joana Gonçalves
Centenas de migrantes reuniram-se, na madrugada desta sexta-feira, junto à fronteira da Turquia com a União Europeia, depois de fonte do Governo turco ter avançado que o país vai parar de travar o fluxo de refugiados para a Europa.
A decisão surge em antecipação da chegada de migrantes provenientes da província de Idlib, no norte da Síria, onde decorre uma renovada ofensiva do regime de Bashar al-Assad contra os seus opositores na região, com o apoio pela Rússia.
Na sequência do comunicado, a Grécia e a Bulgária anunciaram um reforço do controlo de fronteiras.
No início de fevereiro, a Turquia enviou cerca de 12 mil militares para a fronteira, que acabaram por envolver-se em confrontos armados com as forças sírias. Pelo menos 33 soldados turcos morreram, esta quinta-feira, num ataque aéreo na vila de Balioun, em Idlib. Em resposta, a Turquia bombardeou uma série de alvos das forças do regime sírio.
De acordo com as Nações Unidas, a Síria enfrenta o maior êxodo desde o início da guerra no país, em 2011. Nos últimos três meses, mais de 400 civis morreram e quase um milhão de pessoas fugiram das suas casas - cerca de 80% delas mulheres e crianças.
Tensão
"Os nossos valorosos soldados vão ser vingados", d(...)
Em 2015, mais de um milhão de refugiados chegaram à Europa e no ano seguinte a UE estabeleceu um acordo com a Turquia para conter o fluxo de migrantes. O país acolhe, neste momento, cerca de 3,7 milhões de refugiados sírios e tem referido frequentemente que não consegue lidar com mais migrantes.
Representantes dos Estados-membros da NATO vão reunir-se de emergência, esta sexta-feira, para discutir a crise em Damasco.
Grécia enfrenta protestos violentos
Esta quarta-feira centenas de residentes das ilhas gregas de Lesbos e Chios protestaram contra a construção de novos campos para migrantes.
Cerca de 60 pessoas, entre as quais 43 agentes da polícia, ficaram feridas em violentos confrontos. As autoridades dispararam gás lacrimogéneo para dispersar a multidão, que tentou bloquear o acesso ao porto de Mitilene.
Os habitantes das ilhas opõem-se fortemente à construção de novos campos e pedem que os migrantes sejam transferidos para a Grécia continental. Apontam problemas de segurança e saúde pública, naquela que continua a ser a principal porta de entrada de imigrantes na União Europeia.
O Governo grego, liderado por Kyriakos Mitsotakis, já veio garantir que a construção vai avançar.
Mais de 38 mil requerentes de asilo vivem atualmente nos campos das ilhas de Lesbos, Samos, Chios, Leros e Kos, planeados originalmente para acolher 6.200 pessoas.