26 fev, 2020 - 18:01 • Redação
O Covid-19, nome da doença provocada pelo novo coronavírus, levanta sérias preocupações a nível global. Há receios de uma pandemia e apesar de, recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter garantido que ainda "é cedo" para se falar nesse cenário, o mesmo organismo declarou em janeiro emergência global perante a rápida propagação dos casos de infeção a nível global.
A Renascença mostra-lhe os números e explica-lhe como se pode proteger do novo coronavírus.
O surto iniciou-se na China, no final do ano passado. Entre essa altura e o mês de fevereiro, causou a morte de mais de 3.800 pessoas e infetou mais de 100 mil em todo o mundo.
Em Portugal, foram confirmados 30 casos de infeção; todos os outros casos suspeitos tiveram resultado negativo até agora.
Desses números, mais de 60 mil dos infetados espalhados por todo o mundo já conseguiram recuperar.
O número de pessoas infetadas pelo novo coronavírus tem vindo a reduzir desde meados de fevereiro. No dia 17 desse mês, o registo de casos atingiu um novo pico, chegando aos 58.747 de casos ativos. A partir de dia 18, esse número desceu para 58.622 e foi descendo consecutivamente, atingindo os 47.192 registados esta segunda-feira (9 de março).
Esta descida explica-se pelo igual crescimento no número de casos recuperados. Neste momento, são mais de 62.000 os pacientes que já despistaram a contaminação pela nova estirpe de coronavírus.
O Covid-19 é causado por uma estirpe da família dos coronavírus, o vírus SARS-CoV-2, que nunca tinha sido detetada anteriormente. O vírus pode causar pneumonia ou sintomas semelhantes. Os que o contraem manifestam normalmente os sintomas associados a uma gripe, incluindo tosse, febre e dificuldades respiratórias.
Os cientistas ainda não descobriram a forma exata de contágio do vírus. No entanto, estirpes semelhantes tendem a espalhar-se através de tosse ou espirros e do muco nasal que é libertado nessas ações.
As gotas microscópicas de muco podem atingir outras pessoas e ser direta ou indiretamente inaladas ou transferidas através do toque, noutros ou em nós próprios, especialmente na cara.
Para já, a comunidade científica ainda não sabe ao certo se o vírus pode ser transmitido de um humano para outro antes de o portador revelar sintomas do Covid-19.
A Direção Geral de Saúde (DGS) criou um sítio na Internet dedicado a informações sobre o estado do coronavírus em Portugal, que pode visitar aqui.
Uma vez que em Portugal só agora foram registados casos oficiais de infeção pelo novo coronavírus, a DGS não indica medidas específicas de proteção para o país, remetendo para o guia de orientações divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Entre as medidas recomendadas incluem-se medidas de higiene, proteção respiratória e práticas de segurança alimentar para reduzir a exposição à doença e a transmissão do vírus.
Mantenha-se informado
Em primeiro lugar, a OMS recomenda que o público em geral se mantenha informado sobre o estado global do vírus, através das informações divulgadas pelas autoridades de saúde e órgãos de comunicação social locais.
Lave as mãos regularmente
Para a OMS, a medida mais eficaz para prevenir o contágio é lavar as mãos com elevada frequência. A recomendação é de que sejam bem lavadas, utilizando-se sabonete e água ou, no dia-a-dia, com a utilização de algum tipo de gel desinfetante à base de álcool.
A lavagem das mãos é vital para eliminar potenciais vírus que estejam ali alojados.
Evite tocar nos olhos ou na boca
As mãos tocam em inúmeras superfícies durante o dia, pelo que é possível que possam entrar em contacto com algum tipo de vírus. Não se deve, por isso, tocar nos olhos ou na boca antes de lavar bem as mãos, para que os vírus não consigam entrar na corrente sanguínea por nenhum destes orifícios.
Cubra a boca ao tossir e espirrar
Quando tossir ou espirrar, faça-o preferencialmente para um lenço de papel. Depois de utilizado, deite o lenço no lixo e lave as mãos. Caso não exista a oportunidade de tossir para um lenço, faça-o para a zona interior do cotovelo - evite usar as mãos.
Mantenha a distância
Quando alguém está a tossir ou a espirrar com frequência, é recomendado que se mantenha uma distância de pelo menos um metro da pessoa quem questão. Desta forma, é possível evitar a propagação de gotículas de muco libertadas que podem conter algum tipo de vírus.
Máscaras não são o seu melhor amigo
Face ao elevado número de pessoas que estão a adquirir máscaras em vários países na esperança de se protegerem do novo coronavírus, a direção de saúde pública da OMS veio sublinhar que o uso excessivo de máscaras de proteção é "irracional e desproporcionado".
As máscaras podem oferecer algum tipo de proteção, especialmente em áreas infetadas, já que protegem a boca e o nariz de gotículas que possam advir de espirros ou tosse.
Contudo, não bloqueiam partículas de aerosol microscópicas que podem passar pelo material da máscara. Para além disso, deixam os olhos a descoberto.
Visite o médico aos primeiros sintomas acentuados
Antes de mais, é essencial ficar em casa se existirem sintomas moderados. Os sintomas do covid-19 manifestam-se inicialmente através de tosse, febre ou dificuldades em respirar.
Se estes sintomas começarem a acentuar-se rapidamente, é essencial receber cuidado médico e seguir as indicações das autoridades de saúde locais.
O ideal é mesmo consultar profissionais de saúde através de telefone, por exemplo, antes de sair de casa. Em Portugal, pode esclarecer dúvidas, e receber aconselhamento e encaminhamento para a unidade de saúde mais adequada, através do SNS24, quer através do telefone (808 24 24 24), quer através da plataforma digital do Serviço Nacional de Saúde.
Se tiver viajado recentemente para alguma das áreas com casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus, e caso apresente sintomas de Covid-19, é recomendado que se mantenha em casa e evite contacto com outras pessoas durante, pelo menos, 14 dias -- o tempo de incubação do vírus. Deve pedir conselhos médicos (no caso português, ligando para a linha Saúde 24) e não ir para o trabalho nem para a escola, evitando espaços públicos.
Se os sintomas forem moderados (como uma dor de cabeça ou corrimento nasal), é suficiente ficar em casa até à recuperação. Desta forma, os hospitais e outras instalações médicas poderão funcionar de forma mais eficiente sem ficarem assoberbados.
Se depois do regresso de uma destas áreas começar a manifestar sintomas graves associados ao Covid-19, é essencial receber cuidados médicos imediatos para confirmar ou despistar a infeção pelo novo coronavírus.
Se for viajar para alguma das áreas infetadas (e mesmo que não vá), há outros cuidados a ter em conta para reduzir a hipótese de contágio, para além das medidas básicas de proteção já referidas.
Se estiver de visita a um destes territórios, evite o contacto com animais vivos ou mortos. Além disso, não visite mercados ou outras superfícies onde estes animais possam ter estado.
É recomendado, também, que evite consumir produtos de origem animal que estejam crus ou mal cozinhados. Há que ter especial cuidado ao utilizar e tratar produtos como carne crua, leite ou órgãos de animais, para não existir a possibilidade de contaminação cruzada.
Em viagem, deve ainda ter em conta os seguintes cuidados:
[Artigo atualizado a 09/03/2020 às 18h57]