16 mar, 2020 - 18:25 • Redação
Nos Estados Unidos foi testada a primeira vacina contra o novo coronavírus num paciente humano. A notícia foi avançada esta segunda-feira pela Associated Press. Segundo a agência de notícias, a paciente testada por cientistas do Kaiser Permanente Washington Research Institute é Jennifer Haller, de 43 anos, uma voluntária natural de Seattle.
Ainda segundo a Associated Press, existem mais 44 voluntários disponíveis para mais ensaios clínicos – que verão ser-lhes administradas duas doses da vacina, com um mês de intervalo.
Citada pela Associated Press, Jennifer Haller referiu que “esta é uma ótima oportunidade para mim de fazer algo que possa ajudar”.
Esta segunda-feira, o Governo da Alemanha rejeitou qualquer possibilidade de os Estados Unidos virem a adquirir os direitos exclusivos de uma vacina contra o novo coronavírus que está a ser desenvolvida por um laboratório alemão.
A posição surge depois de, no domingo, o diário alemão "Die Welt" ter noticiado, citando fontes próximas da chancelaria alemã, que o Presidente norte-americano, Donald Trump, estaria a tentar, com elevados incentivos financeiros, garantir o direito exclusivo de uma potencial vacina contra o novo coronavírus em que trabalha o laboratório alemão CureVac.
"Os nossos laboratórios estão a trabalhar para conseguir uma vacina para todos, sem exclusividades", disse a porta-voz do Governo alemão, Ulrike Demmer. O "interesse comum", frisou, é "lutar contra a pandemia" que "não conhece fronteiras", pelo que não são concebíveis restrições desse tipo.
O laboratório CureVac, com sede no sudoeste da Alemanha e associado a um instituto científico tutelado pelo Ministério da Saúde, recusou comentar a notícia, mas "negou categoricamente" num comunicado "afirmações sobre a venda da empresa ou da sua tecnologia". O laboratório, que trabalha no desenvolvimento da vacina com financiamento do Governo alemão, afirmou estar "a alguns meses" de apresentar um projeto para validação.
Um representante do governo dos Estados Unidos, citado no domingo pela agência AFP, disse que a questão foi "grandemente exagerada". O representante, que pediu anonimato, disse que o Governo norte-americano contactou mais de 25 laboratórios que afirmam poder desenvolver uma vacina e assegurou que "qualquer solução que venha a ser encontrada seria partilhada com o resto do mundo".
Segundo um comunicado do laboratório, também citado pela AFP, o presidente do Conselho de Administração da CureVac foi convidado pelo presidente norte-americano a ir a Washington, a 3 de março, para discutir na Casa Branca "estratégias e oportunidades para um desenvolvimento rápido de uma vacina" contra o Covid-19.
Uma semana depois, a CureVac anuncia a saída da empresa do presidente do Conselho de Administração, sem adiantar as razões.
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