19 mar, 2020 - 00:22 • Lusa
O Instituto Robert Koch (RKI) alertou hoje que, se as medidas adotadas pelo Governo e pelos poderes regionais na Alemanha contra o coronavírus não forem executadas, em dois ou três meses poderá haver 10 milhões de infetados no país.
"É essencial que nossas recomendações e medidas governamentais sejam implementadas a todos os níveis, incluindo o comportamento do cidadão privado", disse o presidente do RKI, Lothar Wieler, na conferência diária em que atualiza os números de infeções.
O Instituto Robert Koch (RKI) é um centro governamental de investigação, controlo e prevenção de doenças na Alemanha.
Nas últimas 24 horas, o número de infeções registadas aumentou para 8.198, ou seja, 1.042 a mais que na terça-feira.
O número de mortes, de acordo com os dados oficiais mais recentes, permanece em 12, um número relativamente baixo, mas que o RKI admite que "é esperado que suba" nas próximas semanas e meses.
Wieler recusou-se a especificar essas previsões de médio prazo em números, mas insistiu nas consequências de ignorar as recomendações e medidas emitidas.
"A pandemia vai acompanhar-nos, provavelmente por dois anos. Não continuadamente, mas em ondas, e as infeções continuarão", enfatizou.
Até agora, o Governo da chanceler alemã, Angela Merkel, e os responsáveis pelos governos regionais concordaram em fechar parcialmente a vida pública alemã, embora lojas de alimentos, farmácias, bancos e outros estabelecimentos considerados essenciais ainda estejam abertos.
Cabe a cada estado implementar essas medidas, o que ocorre com algumas diferenças em termos de escopo e prazos, uma vez que o nível de infeção entre diferentes regiões também é diferente.
Os mais afetados são a Renânia do Norte-Vestfália, a oeste, e a Baviera e Baden-Württemberg, no sul, onde também foram tomadas as medidas mais severas.
A nível nacional, o Executivo de Merkel ditou a reposição de controlos nas fronteiras com Luxemburgo, Dinamarca, França, Suíça e Polónia, embora permita a passagem de mercadorias e cidadãos que devem movimentar-se por motivos de trabalho.
Na terça-feira, o RKI referiu que risco de contágio subiu para "alto".
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 189 mil pessoas, das quais mais de 7.800 morreram.
Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 81 mil recuperaram da doença.