24 mar, 2020 - 19:36 • Lusa
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Os Estados Unidos correm o risco de se tornarem o epicentro da pandemia da Covid-19, devido ao rápido aumento do número de infetados, sobretudo na cidade de Nova Iorque. O alerta chega da Organização Mundial de Saúde (OMS), nesta terça-feira.
“Estamos a assistir a uma disseminação muito rápida de casos nos EUA”, afirmou Margaret Harris, porta-voz da OMS, numa conferência de imprensa, em Genebra, no mesmo dia em que as autoridades norte-americanas revelaram que Nova Iorque está a ver o número de casos confirmados duplicar a cada três dias.
O mais recente balanço sobre a situação nos EUA, o número de pessoas infetadas está nos 52.400, das quais 673 (mais 120 do que na segunda-feira) não resistiram à doença e apenas 370 já recuperaram.
A aceleração de casos nos Estados Unidos pode ser explicada por uma melhor triagem (que demorou a ser feita) e pela elevada taxa de transmissões, antes da implementação das medidas de contenção agora em vigor.
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“O contágio de cada indivíduo a duas ou três pessoas, demora entre três e cinco dias. O que estamos a observar agora foi o que sucedeu há três, quatro ou cinco dias, em vários países”, disse Margaret Harris, para explicar a tendência de crescimento dos mais recentes números.
“Nos Estados Unidos, há uma semana, havia muitas transmissões”, afirmou a porta-voz da OMS, dizendo ser expectável que o número de infetados naquele país continue a crescer nos próximos dias, tornando-o o epicentro da pandemia.
Os Estados Unidos são já o terceiro país com mais casos registados, atrás da China e de Itália. A Casa Branca anunciou que está a ponderar formas de facilitar as orientações de distanciamento social, que já tiraram os trabalhadores dos seus postos, encerraram escolas e estão a provocar uma desaceleração generalizada da economia.
“Temos de voltar ao trabalho muito mais cedo do que as pessoas pensam”, disse o Presidente norte-americano, Donald Trump, referindo-se à duração das regras de confinamento e explicando temer que a recessão económica provoque mais mortes do que a pandemia.
O estado de Nova Iorque é o mais afetado no país, com o número de casos a duplicar a cada três dias, informou o governador, Andrew Cuomo, nesta terça-feira.
Este estado tem já mais de 25 mil casos confirmados, quase 10 vezes mais do que o número de casos na Califórnia, o segundo estado mais atingido pela pandemia, nos EUA.
Com uma taxa tão elevada de infeção, a pandemia pode atingir o seu nível mais alto dentro de 14 a 21 dias, mais cedo do que era esperado, tornando o combate à doença por parte dos serviços de saúde ainda mais difícil.
O governo estadual já pediu ao Governo federal um reforço de ventiladores (neste momento possuem apenas 10.000 unidades), para equipar os hospitais deste estado onde vivem quase 20 milhões de pessoas.
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O estado da Flórida viu o número de mortes com Covid-19 aumentar para 18 e o número de infetados subir para quase mil, levando o governador, Ron DeSantis, a pedir ao Presidente Donald Trump para declarar estado de “grande desastre”.
O governador pede ao Governo federal reforço de equipamento médico, bem como fundos adicionais para ajudar a combater o desemprego, na iminência de uma profunda crise económica, alegando que os cerca de 200 milhões de euros alocados no plano de emergência não serão suficientes.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 386 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 17.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.