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Coronavírus. Bolsonaro contra quarentenas: “Devemos voltar à normalidade”

25 mar, 2020 - 02:00 • Carlos Calaveiras (texto), Sofia Freitas Moreira (Edição Vídeo), Planalto Brasileiro e Reuters (Imagens)

Chefe de Estado brasileiro falou ao país e voltou a falar em “gripezinha”, desvalorizando a pandemia, que já fez 46 mortos no país.

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Bolsonaro volta a desvalorizar efeitos do coronavírus e provoca manifestações dos cidadãos às janelas
Bolsonaro volta a desvalorizar efeitos do coronavírus e provoca manifestações dos cidadãos às janelas

O Presidente do Brasil volta a desvalorizar os efeitos do novo coronavírus e exige que as autoridades estaduais e municipais levantem “a proibição de transportes, o encerramento de comércio e o confinamento em massa”.

Numa declaração ao país, esta terça-feira, Jair Bolsonaro confirma que “o vírus chegou” ao Brasil, mas garante que “está sendo enfrentado e brevemente passará”.

“A nossa vida tem de continuar, os empregos devem ser mantidos, o sustento das famílias deve ser preservado. Devemos, sim, voltar à normalidade”, reforça, numa atitude contrária à maioria dos países do mundo que tem defendido períodos de quarentena para combater o vírus.

Segundo o Presidente brasileiro, “raros são os casos fatais de pessoas sãs com menos de 40 anos. 90% de nós não teremos qualquer manifestação, caso seja contaminado. Devemos ter extrema preocupação em não transmitir o vírus para os outros, em especial pais e avós”.

Bolsonaro dá mesmo aquele que seria o seu próprio exemplo se fosse contaminado pela Covid-19: “No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus não teria de me preocupar, nada sentiria ou seria, quanto muito, uma gripezinha ou resfriadinho”.

O Chefe de Estado brasileiro, que já surgiu várias vezes em público com máscara, fez o teste depois de vários elementos da sua comitiva oficial na visita aos Estados Unidos terem sido infetados e o resultado terá sido negativo.

O líder brasileiro reafirmou a estratégia do seu Governo contra a pandemia: “Tínhamos de conter o pânico, a histeria e, ao mesmo tempo, traçar a estratégia para salvar vidas e evitar o desemprego em massa”.

Bolsonaro lembra que “o grupo de risco é o grupo das pessoas acima dos 60 anos” e, assim sendo, deixa a pergunta: “Então, por quê fechar escolas?”

O número de casos positivos do novo coronavírus no Brasil ultrapassou esta terça-feira os dois mil, com o país a registar 2,201 infetados e 46 mortos.

Na segunda-feira, o Brasil tinha 1.891 infetados, ou seja, registou-se um aumento de 310 casos em 24 horas, segundo o Ministério da Saúde brasileiro.

São Paulo é o estado brasileiro mais afetado pelo coronavírus, contabilizando 40 mortos e 810 infetados. Segue-se o Rio de Janeiro com seis óbitos e 305 casos confirmados de infeção.

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