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Estados Unidos concluem que China falseou dados sobre severidade do coronavírus

02 abr, 2020 - 01:17 • Lusa

As autoridades americanas já tinham aludido algumas vezes a um encobrimento chinês, mas nunca de forma tão clara.

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Os Estados Unidos concluíram que a China falseou os dados sobre a severidade do novo coronavírus, indica um relatório dos serviços de inteligência norte-americanos divulgado esta quarta-feira a vários senadores.

A agência Bloomberg refere a existência de um relatório confidencial que foi entregue na semana passada à Casa Branca.

Os serviços de inteligência norte-americanos estimam que o número de mortes e casos de infeção divulgados por Pequim sejam falsos, intencionalmente abaixo da realidade da pandemia naquele país.

"O Partido Comunista Chinês mentiu e continuará a mentir sobre o coronavírus para proteger o regime", disse o senador republicano Ben Sasse.

"Os serviços de inteligência norte-americanos confirmaram agora o que já sabíamos: a China esconde a severidade deste vírus há meses", acrescentou o seu colega no Senado William Timmons. "O mundo agora está a pagar por esses erros (da China)".

Michael McCaul, senador republicano do Comité de Relações Externas da Câmara, observou, com base no relatório, que as autoridades chinesas "esconderam o verdadeiro número de pessoas infetadas com a doença".

A administração de Donald Trump, nomeadamente pelo secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, criticou duramente a China nas últimas semanas, dizendo que houve falta transparência de Pequim sobre os contornos da pandemia, que agora se propaga pelo mundo.

Até agora, a administração Trump não tinha acusado Pequim de forma tão clara de ter falseado o balanço e os efeitos da pandemia.

Terça-feira, o coordenador da unidade de crise criada pela Casa Branca para combater a pandemia corroborou a tese de que os números fornecidos pela China sobre a pandemia pecavam por defeito.

"A comunidade médica interpretou os números chineses como sendo graves, mas não tão graves como deveriam ter sido porque não tinha uma quantidade significativa de dados (de Pequim) ", comentou Deborah Birx, da unidade de crise.

A China, onde o primeiro paciente foi oficialmente detetado em dezembro, registou 3.312 mortos e 81.554 casos de infeção, segundo dados divulgados.

Porém, nos Estados Unidos o covid-19 já matou mais de 4.600 pessoas e infetou mais de 209.000, de acordo com a contagem da Universidade Johns Hopkins, deixando a suspeita que a China encobriu os dados reais da pandemia no seu país.

Um dos factos que lançou a desconfiança face aos números de mortos na China prende-se com o elevado número de chineses que nos últimos dias tem tentado recuperar as urnas e as cinzas dos seus familiares depois do confinamento obrigatório imposto em Wuhan, berço da pandemia.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 905 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 46 mil. Dos casos de infeção, pelo menos 176.500 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, segundo o balanço feito esta quarta-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 187 mortes e 8.251 casos de infeções confirmadas. Dos infetados, 726 estão internados, 230 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 2 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00h00 de 19 de março e até às 23h59 de 2 de abril.

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