02 abr, 2020 - 12:45 • Redação
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“As minhas ordens para a polícia e para os militares são que, se houver problemas ou surgir uma situação em que as pessoas desobedeçam e as suas vidas estejam em risco, para disparem a matar”, disse o Presidente das Filipinas às forças de segurança no âmbito da pandemia do novo coronavírus.
“Está entendido?... Mortos. Em vez de causarem problemas, vou enterrá-los”, disse Rodrigo Duterte, na noite de quarta-feira, alertando para a importância de todos cumprirem a ordem de confinamento, de forma a que o frágil sistema de saúde do país não seja sobrecarregado.
Este discurso surgiu depois de se registarem
vários confrontos nas ruas de Manila, que resultaram em várias detenções pela
alegada falta de apoios governamentais ao nível da alimentação.
As Filipinas registaram 2.311 casos e 96 mortes, mas o país apenas agora começou a aumentar os testes e, portanto, o número de infeções confirmadas deve continuar a subir.
Cerca de metade dos perto de 110 milhões de pessoas estão em quarentena, incluindo milhões em profunda pobreza, deixados sem emprego devido às fortes restrições dos movimentos.
Ativistas de direitos humanos já condenaram o discurso agressivo e acusam o Presidente de incitar à violência. “É profundamente alarmante que o Presidente Duterte tenha estendido uma política de atirar para matar. A força mortal e não controlada nunca deve ser referida como um método para responder a uma emergência como a pandemia”, disse a Amnistia Internacional das Filipinas em comunicado.
Ao nível mundial, há mais de 900 mil infetados e mais de 47 mil mortos. Os mesmos dados mostram que perto de 200 mil pessoas recuperaram da doença.