08 abr, 2020 - 18:21 • Maria João Costa
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É a voz da autoridade de saúde da União Europeia. O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças emitiu, esta quarta-feira, um relatório técnico em que recomenda o uso de máscaras generalizado, como medida para reduzir a transmissão da Covid-19.
Numa altura em que, em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) continua a insistir em seguir as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) que não aconselha a pessoas sem sintomas de infeção do novo coronavírus, a usarem máscaras; a União Europeia dá um sinal contrário.
No documento hoje tornado público (lei aqui em PDF), os especialistas referem que o uso de máscaras cirúrgicas por pessoas com leve sintomas ou sem sintomas pode ser uma medida complementar para travar o avance do novo coronavírus. A medida já é seguida em países europeus como a República Checa, a Lituânia, a Áustria, Eslováquia e Bulgária.
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças explica, contudo, num quadro a laranja que apesar desta recomendação, deve ser dada prioridade aos profissionais de saúde no acesso às máscaras de proteção que escasseiam em alguns estados europeus.
No mesmo quadro pode ler-se um alerta para a sensação de “falsa segurança” que pode levar, a quem as use, a esquecer a distância social recomendada e a correta lavagem de mãos. Há também um perigo que estes especialistas apontam quanto à remoção da máscara e o consequente perigo de contaminação.
Ainda assim, a autoridade de saúde da União Europeia aponta que o uso público de máscara que protege a zona da boca e nariz pode servir para reduzir o contágio de pessoas que estão infetadas e não apresentam sintomas. Pode também ajudar a evitar a propagação por micropartículas a pessoas que não têm infeção positiva.
Nas conclusões pode ler-se que, embora não se saiba ainda o quanto esta medida pode ajudar a diminuir as cadeias de transmissão, a máscara deve ser usada, sobretudo “quando visitamos zonas com muita gente, fechadas, como supermercados, centros comerciais ou nos transportes públicos”.
Os especialistas de saúde referem-se também às máscaras de fabrico caseiro, de tecidos não médicos. Admitem que podem ser usadas para ajudar no controle da pandemia, “sobretudo devido a problemas de fornecimento” e disponibilidade de outro tipo de máscaras.
As máscaras e o seu uso a nível comunitário são, no entender deste Centro Europeu, uma “medida complementar”. Não impedem que se mantenha a distância física recomendada, que se tenha cuidado de espirrar para o antebraço ou manter uma “correta higiene das mãos e evitar tocar a cara, nariz, olhos e boca com as mãos”.