09 abr, 2020 - 10:20 • Marta Grosso
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A Casa Branca terá sido informada sobre a existência de um novo coronavírus no final de novembro do ano passado. A notícia é avançada nesta quinta-feira pela ABC News.
Os serviços secretos norte-americanos intercetaram mensagens na China e perceberam que um vírus estava a varrer a região chinesa de Wuhan, mudando os padrões de vida e de negócios e constituindo uma ameaça para a população.
Foi elaborado um relatório, entregue em novembro à administração Trump e no qual se alertava para o que poderia ser um "acontecimento cataclísmico", refere a ABC, citando fontes que tiveram acesso aos documentos entregues ao Governo de Washington.
As preocupações dos serviços secretos foram detalhadas num documento do Centro Nacional de Inteligência Médica (NCMI) das Forças Armadas, avançam à ABC dois oficiais familiarizados com o conteúdo do documento.
As informações recolhidas resultaram, não só da interceção de mensagens, por fio e computador, como de imagens de satélite. A conclusão foi que uma doença fora do controlo representaria uma séria ameaça para as forças norte-americanas na Ásia (que dependem do trabalho da NCMI).
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O relatório foi entregue ao Estado-Maior Conjunto do Pentágono e à Casa Branca. Após isso, segundo as mesmas fontes, o Governo e legisladores terão sido avisado outras vezes, bem como o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
Dizem ainda as fontes que os alertas culminaram, no início de janeiro, com uma explicação detalhada do problema no briefing diário do Presidente sobre assuntos de dos serviços secretos. Ora, para que esta abordagem aconteça, tem primeiro de passar por semanas de verificação e análise, de acordo com elementos que trabalharam em reuniões presidenciais de administrações republicana e democrata.
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Certo é que os avisos terão sido desvalorizados e os Estados Unidos são hoje o país do mundo com mais casos de Covid-19, com muitas baixas diárias.
Desde que o novo coronavírus chegou ao país, Donald Trump tem apontado o dedo à China e acusa agora a Organização Mundial da Saúde (OMS) de se ter “enganado” na análise à Covid-19.
Na conferência de imprensa de quarta-feira, o Presidente norte-americano respondeu aos jornalistas que só se apercebeu da gravidade da situação “pouco antes” de fechar as viagens para a China.
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A pandemia da covid-19 matou mais de 87 mil pessoas em todo o mundo desde que a doença surgiu em dezembro e mais de 1,5 milhões estão infetados, segundo um balanço da AFP desta manhã.
De acordo com a agência de notícias francesa, há pelo menos 1.502.478 casos de infeção e 87.320 mortes, em 192 países e territórios.