15 abr, 2020 - 21:02 • Lusa
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A França registou 514 mortos nas últimas 24 horas em meio hospitalar e um aumento significativo no número de óbitos nos lares, em resultado da pandemia de Covid-19, anunciou fonte oficial.
O total de mortes nos lares subiu significativamente em consequência de os números do fim de semana prolongado terem sido hoje adicionados.
O número total de mortos, 17.167, foi divulgado por Jérôme Salomon, diretor-geral da Saúde.
Em meio hospitalar morreram 10.643 pessoas desde 1 de março e nos lares foram registados 6.624 óbitos no mesmo período.
Em França há 31.779 pessoas hospitalizadas devido à Covid-19 e 6.457 destes pacientes estão nos cuidados intensivos, sendo a primeira vez que o número total de pessoas hospitalizadas baixou em França desde o início da pandemia. A França registou até agora 106.206 casos de Covid-19.
Jérôme Salomon indicou que os novos casos que estão a aparecer nos hospitais após um mês de quarentena “não têm um perfil tipo”.
“Estes novos casos incluem pessoas que estão em confinamento e pessoas que por qualquer razão não estão em quarentena”, afirmou.
O diretor-geral da Saúde reforçou que a Covid-19 não deve impedir pessoas com outras doenças crónicas de acederem a cuidados médicos que necessitam, referindo que é agora possível fazer a interrupção voluntária da gravidez por medicamentos até à nona semana de gravidez e que a primeira consulta pode ser feita por vídeo.
Críticas à OMS
Entretanto, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, admitiu "falhas" na forma como a Organização Mundial de Saúde (OMS) está a gerir a pandemia da Covid-19, pedindo multilateralismo na saúde.
O chefe da diplomacia francesa admite que a OMS não está a atuar da forma mais eficaz perante a propagação do novo coronavírus, mas considera haver responsabilidade de todos na estratégia de combate à pandemia e pede uma colaboração concertada e mais multilateralismo.
“Sem dúvida, há coisas a serem ditas sobre o funcionamento da OMS. Talvez haja falta de capacidade de resposta, (…) talvez uma falta de meios de deteção, alerta e divulgação de informações e criação de padrões”, disse hoje Le Drian, durante uma audiência na Comissão de Negócios Estrangeiros do Senado francês.
“Mas não é automaticamente responsabilidade dos atores da OMS. Faz também parte dos fundamentos da instituição. Acho que a atual crise deve permitir-nos rever o papel de cada uma das ferramentas que temos hoje à nossa disposição”, concluiu o ministro francês.
Esta posição surge já depois de o Presidente dos Estados Unidos ter decidido suspender as verbas para a OMS também com críticas sobre a forma como a organização tratou da pandemia.
A nível global, a pandemia de Covid-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 428 mil doentes foram considerados curados.