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Brasil

​Covid-19. Governador do Rio de Janeiro, um dos opositores de Bolsonaro, está infetado

15 abr, 2020 - 00:52 • Redação com Lusa

O estado do Rio de Janeiro é o segundo com mais casos (3.231) registados da Covid-19. Wilson Witzel tem sido um dos governadores que mais tem feito oposição ao Presidente brasileiro em relação a medidas de isolamento social. E sugeriu mesmo um processo de destituição a Bolsonaro.

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O governador do estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, anunciou esta terça-feira que testou positivo para o novo coronavírus, após apresentar sintomas como "febre" e "dor de garganta" desde sexta-feira.

"Quero comunicar a todos que desde sexta-feira não me estava a sentir bem e pedi para que fosse feito o teste da Covid-19 e hoje veio o resultado positivo. Tive febre, dor de garganta, perda de olfato e, graças a Deus, estou a sentir-me bem e continuarei a trabalhar aqui no Palácio Laranjeira, mantendo as restrições e recomendações médicas", informou o governador através de um vídeo partilhado na rede social Twitter.

Witzel, ex-juiz e ex-fuzileiro naval, governa aquele que é o segundo estado brasileiro com mais casos registados da Covid-19. Até segunda-feira, o Rio de Janeiro tinha 188 vítimas mortais e 3.231 infetados pelo novo coronavírus, segundo dados do Ministério da Saúde.

Wilson Witzel, que tem aplicado medidas rígidas para travar a pandemia no seu estado, tem sido um dos governadores que mais tem feito oposição ao Presidente do país, Jair Bolsonaro, em relação a medidas de isolamento social para travar a disseminação do vírus.

No último fim de semana, o governador do Rio de Janeiro considerou que Bolsonaro pode ser confrontado com um processo de destituição ou responder em tribunal por relativizar a pandemia da Covid-19 e defender o fim do isolamento social. “O comportamento de um chefe de Estado que não está em conformidade com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde [OMS] pode ter repercussões internacionais”, afirmou Witzel, em entrevista à agência Efe.

Witzel reforçou ainda que o Presidente brasileiro se tem oposto à posição assumida pela esmagadora maioria dos países no combate à pandemia. “Todo o mundo está a defender medidas contra o vírus, com total isolamento da sociedade até que uma vacina seja descoberta ou testes sejam realizados, e ele não está a fazer isso. Ele, como chefe da nação, precisa tomar estas medidas. Caso contrário, a responsabilidade política será sua”, concluiu.

Bolsonaro já chegou a pedir à população que volte ao trabalho e às ruas porque está preocupado com as consequências económicas da crise causada pela disseminação da pandemia, especialmente o desemprego. Além disso, o chefe de Estado brasileiro desafiou, várias vezes, as recomendações das autoridades de saúde, realizando passeios esporádicos por Brasília, subestimando a gravidade da crise e chamando a Covid-19 de "gripezinha" e "resfriado".

O Brasil contabilizou 105 mortes e 1.261 novos casos de infeção pela Covid-19 na segunda-feira, totalizando 1.328 óbitos e 23.430 infetados desde o início da pandemia, informou o executivo.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já provocou mais de 124 mil mortos e infetou quase dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Dos casos de infeção, cerca de 413.500 são considerados curados. Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.


Mapa-múndi da Covid-19

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