15 abr, 2020 - 06:32 • Lusa
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O secretário-geral da ONU diz que este "não é o momento de reduzir o financiamento das operações da Organização Mundial da Saúde” (OMS) “ou de qualquer outra instituição humanitária que combata” o novo coronavírus. É a resposta de António Guterres ao anúncio, feito na terça-feira, por Washington.
"A minha convicção é que a Organização Mundial da Saúde deve ser apoiada por ser absolutamente essencial aos esforços do mundo para ganhar a guerra contra a Covid-19", salientou Guterres no mesmo dia.
Já na semana passada (dia 8 de abril), o secretário-geral das Nações Unidas tinha reagido às críticas norte-americanas à OMS, lembrando que a organização, com milhares de funcionários, está na linha da frente da luta contra a pandemia e no apoio aos Estados-membros da ONU, "principalmente os mais vulneráveis", com diretivas, formação e equipamento.
António Guterres realçou que "os mesmos factos podem ser interpretados de forma diversa por diferentes entidades".
"Uma vez voltada a página desta epidemia, será tempo de rever para compreender como uma tal doença pode acontecer e alastrar tão rapidamente a sua devastação por todo o mundo", salientou.
"As lições aprendidas serão essenciais para gerir eficazmente desafios semelhantes, se surgirem no futuro", acrescentou.
"Mas este não é o momento (...) e também não é o momento de reduzir os recursos para as operações" da OMS no combate contra a pandemia, reforçou, para concluir que “o momento agora deve ser de unidade da comunidade internacional para trabalhar em conjunto, de forma solidária, para deter este vírus e consequências esmagadoras".
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Mas as palavras não chegaram a Donald Trump, que decidiu concretizar a ameaça e fechar mesmo o financiamento à OMS.
“Ordeno a suspensão do financiamento para a Organização Mundial da Saúde enquanto estiver a ser conduzido um estudo para examinar o papel da OMS na má gestão e ocultação da disseminação do novo coronavírus”, anunciou na terça-feira.
Perante os jornalistas, o Presidente norte-americano considerou que “o mundo recebeu muitas informações falsas sobre a transmissão e mortalidade” da doença Covid-19 e referiu que os EUA contribuem com “400 a 500 milhões de dólares por ano” (entre 364 e 455 milhões de euros) para a OMS, em oposição aos cerca de 40 milhões de dólares (mais de 36 milhões de euros), ou “ainda menos”, que Trump estimou que fosse o investimento da China na organização.
Donald Trump advogou ainda que se a OMS “tivesse feito o seu trabalho e enviado especialistas médicos para a China”, para averiguar a “situação no local”, a pandemia poderia “ter sido contida na fonte com pouquíssimas mortes”.
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