17 abr, 2020 - 20:57 • Filipe d'Avillez com Lusa
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O Presidente dos EUA, Donald Trump, apelou esta sexta-feira aos seus apoiantes para “Libertarem” três estados dirigidos por eleitos do partido Democrata, encorajando na prática protestos que contrariam as indicações de confinamento motivadas pelo novo coronavírus.
Em mensagem na rede social Twitter, e um dia após ter divulgado um plano sobre um regresso gradual às atividades económicas, Trump adotou uma retórica semelhante aos seus apoiantes que exigem a anulação das ordens que implicaram a perda de emprego para milhões de norte-americanos.
“LIBERTEM O MINNESOTA!”, “LIBERTEM O MICHIGAN!” e “LIBERTEM A VIRGÍNIA”, escreveu Trump naquela rede social, em que também critica o governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, que tem criticado a resposta federal à pandemia.
Cuomo “devia gastar mais tempo a ‘fazer’ e menos tempo a ‘queixar-se’”, disse, e acrescentando: “Menos conversa e mais ação!”.
O inquilino da Casa Branca voltou a criticar diversos Estados no Twitter: “Os Estados têm de pôr em prática os seus TESTES!”.
No seguimento das suas mensagens as manifestações anticonfinamento aumentaram de tom e de número, contrariando as orientações estaduais.
Na quinta-feira, o Governo de Trump emitiu novas orientações para Estados, empresas e pessoas sobre a forma de aliviar as restrições do distanciamento social para lidar com o novo coronavírus em áreas onde este esteja em declínio.
Segundo as orientações distribuídas, os Estados ou as regiões devem verificar alguns critérios antes de evoluírem para uma abertura programada.
Por exemplo, deve haver uma trajetória descendente de casos documentados da pandemia de covid-19 dentro de um período de 14 dias e a existência de um programa robusto de testes para os trabalhadores do setor da saúde.
Na apresentação Trump disse que alguns estados poderiam começar já na sexta-feira, embora se escusasse a dizer quais. Esta sexta-feira o Texas anunciou que vai começar a levantar algumas restrições já na próxima semana.
Pandemia de Covid-19
“Fechámos a maior economia que o mundo alguma vez (...)
Na apresentação das orientações ficou claro que estas são podem e devem ser seguidas por cada estado ao seu ritmo e vários governadores, dos dois partidos, já deixaram claro que é isso que vão fazer.
As mensagens desta sexta-feira de Trump também contrariam o tom adotado na conferência de imprensa de quinta, em que elogiou o diálogo que tem tido com os governadores e disse que nada disto é um assunto partidário. Os três estados cuja “libertação” pediu sexta-feira são todos governados por democratas.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (33 mil) e mais casos de infeção confirmados (671 mil).
Seguem-se Itália (22.745 mortos, em 172.434 casos), Espanha (19.478 mortos, 188.068 casos), França (17.920 mortos, 165.027 casos), Reino Unido (13.729 mortos, 103.093 casos) e Bélgica (5.163 mortos, 36.138 casos).
Por regiões, a Europa somava hoje 94.021 mortos (mais de um milhão de casos), Estados Unidos e Canadá 34.499 mortos (701.335 casos), a Ásia 6.751 mortos (154.943 casos), o Médio Oriente 5.357 mortos (115.745 casos), a América Latina e Caribe 4.001 mortos (85.237 casos), a África 965 mortos (18 mil casos) e a Oceânia 79 mortos (7.730 casos).