22 abr, 2020 - 07:26 • Sofia Freitas Moreira e Lusa
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Num vídeo partilhado na sua conta pessoal do Twitter, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, deixa seis recomendações para ajudar o mundo a salvar o planeta das alterações climáticas.
A mensagem chega no 50.º Dia Mundial da Terra, que se celebra em mais de 190 países, esta quarta-feira, em plena pandemia do novo coronavírus.
“Neste Dia da Terra, todos os olhos estão postos na pandemia da Covid-19 - o maior desafio que o mundo enfrenta desde a Segunda Guerra Mundial”, começa Guterres. “O impacto da Covid-19 é imediato e arrasador, mas há outro problema profundo – a crise ambiental em curso no planeta. A biodiversidade está num declínio acentuado e a disrupção climática está a atingir um ponto sem retorno”.
O secretário-geral da ONU alerta que a “atual crise é uma chamada de atenção sem precedentes”, propondo “seis ações para o clima, de forma a moldar a recuperação e o trabalho” que aí vêm.
1.º Como estamos a gastar quantidades enormes de dinheiro para recuperar do coronavírus, temos de criar novos empregos e negócios numa transição limpa e verde.
2.º O dinheiro dos contribuintes é usado para salvar negócios e tem de ser ligado à obtenção de empregos verdes e ao crescimento sustentável.
3.º O poder fiscal tem de criar uma transição da economia informal para uma economia sustentável, tornando as pessoas e a sociedade mais resilientes.
4.º Fundos públicos devem ser usados para investir no futuro, não no passado, e fluir para setores sustentáveis e projetos que ajudam o ambiente e o clima. Os subsídios para combustíveis fósseis têm de acabar e os que poluem devem começar a pagar pelo que poluem”.
5.º Riscos e oportunidades climáticos devem ser incorporados no sistema económico, assim como todos os aspetos da construção de políticas públicas e infraestruturas.
6.º Temos de trabalhar em conjunto como uma comunidade internacional.
“Gases de estufa, tal como os vírus, não respeitam barreiras nacionais”, termina António Guterres, deixando ainda um apelo às pessoas: “neste Dia da Terra, juntem-se a mim na exigência de um futuro saudável e resiliente para as pessoas e para o planeta”.
Na mesma resolução foi sublinhado o "papel dirigen(...)
A organização ambientalista BirdLife enviou uma carta ao secretário-geral da ONU, apelando para que as Nações Unidas declarem o ambiente natural saudável como um direito humano fundamental.
A carta, enviada por ocasião do Dia da Terra, junta-se a uma petição lançada, esta quarta-feira, para "recolher o maior número de assinaturas com o intuito de dar força" ao apelo, de acordo com um comunicado da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), que faz parte da BirdLife.
Na carta, a organização internacional apela à ONU para que, "no âmbito da sua resposta à pandemia de coronavírus, adicione um ´Artigo 31´ à Declaração Universal dos Direitos Humanos, consagrando o direito universal a um ambiente natural saudável, garantido por políticas públicas, governado pela sustentabilidade e pelo melhor conhecimento científico e sabedoria tradicional".
A BirdLife assinala que, a acontecer, a adenda seria a primeira adição desde que o documento foi proclamado em 1948.
A carta a António Guterres apela a que o novo direito seja incluído na agenda da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre a Biodiversidade em setembro de 2020, para ser aprovado em dezembro de 2023 e marcar o 75.º aniversário da adoção da Declaração Universal pela Assembleia Geral.